quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Um texto que dizem ser Jaboriano, mas até que valeu a pena... xD

O grande barato da vida é olhar para trás e sentir orgulho.
É viver cada momento e construir a felicidade aqui e agora.
Claro que a vida prega peças.
O bolo não cresce, o pneu fura, chove demais (perdemos pessoas que amamos)...

Mas, pensa só: Tem graça viver sem rir de gargalhar, pelo menos uma vez ao dia?
Tem sentido estragar o dia por causa de uma discussão na ida pro trabalho?
Eu quero viver bem... e você?
2009 foi um ano cheio.
Foi cheio de coisas boas, mas também de problemas e desilusões, tristezas, perdas, reencontros.
Normal..
Às vezes, se espera demais. A grana que não veio, o amigo que decepcionou, o amor que acabou.
Normal ...
2010 não vai ser diferente. Muda o século, o milênio muda, mas o homem é cheio de imperfeições, a natureza tem sua personalidade que
nem sempre é a que a gente deseja, mas, e aí? Fazer o quê?
Acabar com o seu dia? Com seu bom humor? Com sua esperança?
O que eu desejo para todos nós é sabedoria. E que todos nós saibamos transformar tudo em uma boa experiência..
O nosso desejo não se realizou? Beleza... Não estava na hora, não deveria ser a melhor coisa para esse momento (me lembro sempre
de uma frase que ouvi e adoro: "cuidado com seus desejos, eles podem se tornar realidade").
Chorar de dor, de solidão, de tristeza faz parte do ser humano...
Mas, se a gente se entende e permite olhar o outro e o mundo com generosidade, as coisas ficam diferentes.
Desejo para todo mundo esse olhar especial! 2010 pode ser um ano especial, se nosso olhar for diferente.
Pode ser muito legal, se entendermos nossas fragilidades e egoísmos e dermos a volta nisso.
Somos fracos, mas podemos melhorar. Somos egoístas, mas podemos entender o outro.

2010 pode ser o bicho, o máximo, maravilhoso, lindo, especial!
Depende de mim... de você.
Pode ser... e que seja!
FELIZ ANO NOVO!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Deitado eternamente em berço esplêndido.



Mensalão, mensalinho, CPI, castelos, fraudes, prostituas no senado, e nossos olhos apáticos, em frente à TV assistem o ruir do decoro. Que se deu com a ordem e o progresso da bandeira nacional, ora tão trêmula nos altos céus quanto nossas atitudes?
Os brasileiros, povo de tanta festa e alegria, fecham os olhos para o maior espetáculo - quiçá circense - já visto: o desaparecimento total da decência em nossos governantes. Desmotivados com as sucessivas decepções político-ideológicas, nosso povo esquece-se do cerne de nosso sistema governamental, a democracia. Segundo a Carta Magna Brasileira de 88, todo o poder emana do povo, que participa da vida política e pública do país através de representantes. Assim, orgulhosos de nossos cabrestos, dizemos que os políticos são "todos corruptos", ignorando o fato de que cada povo tem o representante que escolheu e, por isso, que merece. E vamos além, em nosso vão conformismo transvestido de indignação, dizemos que não há nada a fazer, e nos rotulamos de "apolíticos" - porque, afinal, o "não-querer-saber" é a posição política atual mais utilizada no contexto nacional. Soterramos o velho conhecimento, de Bertolt Brecht**, de que o pior analfabeto é o analfabeto político, que deixa a sua vida e de seu país totalmente à mercê dos maus políticos, corrompidos pelo poder. Esquecemo-nos até de nosso conterrâneo Paulo Freire, que, numa visão mais holística e interdisciplinar, nos ensina a força transformadora do pensamento-ação. De nada adiantou Joaquim Osório Duque Estrada jurar fidelidade infinda e incondicional, em nome de todos os brasileiros, povo heróico de brado retumbante, à pátria; se, apáticos e atônitos, assistimos o progresso e a ordem do país fugirem nas malas, meias e cuecas de nossos políticos.
É, portanto, imperioso que acordemos de nosso sono eterno - em berço esplêndido - e transformemos nossos discursos belos, retóricos e demagogos, cheios de vida e de ação. Precisamos nos conscientizar que vivemos no governo da demos, do povo, e que, portanto, está em nossas mãos o futuro do país. Assim, acabar com este ciclo conformista, com o voto barganhado e com os discursos mortos são medidas viscerais para o exercício pleno da cidadania e a consequente melhoria na história política do Brasil. Procuremos, então, métodos de conscientização da população de seu poder para com a pátria amada, Brasil.


**O Analfabeto Político
Bertolt Brecht

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.

De volta aos estudos.

Então, eu, de fato, fiz o ENEM nos ultimos dias 5 e 6. Achei a prova incrivelmente bem elaborada. Incrivelmente, chegou a ousar dizer que passei a nutrir secretamente esperanças no ensino superior brasileiro. Sim, pq até hj tínhamos nada mais que um mecanismo para formar professores, alunos e profissionais bitolados...baseados apenas em decorebas inúteis. Todavia, a prova exigiu do aluno o verdedeiro pensar. Tanto que nem dividiu-se as provas em ''matemática'', ''portugues'' e etc, e sim em ''ciências da natureza e suas tecnologias'', ''ciências humanas e suas tecnologias'' e ''linguagens, códigos e suas tecnologias''. Achei uma prova interdisciplinar, exigente, porém clara. Realmente gostei muito da prova. Não obstante, estava muito extensa. Mas ninguém é perfeito...não podíamos esperar perfeição numa primeira adequação. Ok, com educação não se brinca. Mas isto aqui ainda é o país onde o dinheiro e a decência viajam nas malas, meias e cuecas dos políticos.
Posteriormente - mais especificamente neste sábado agora - prestei o ''dificílimo, agendado e eletrônico'' vestibular da FG, tendo em vista que tenho pensado em cursar direito...como acredito ter dito anteriormente, desde o priemiro contato que tive com direito achei a matéria realmente mt interessante, talvez uma luz para uma nova paixão..tendo em vista que minha paixão por jornalismo é totalmente sem futuro.
Já no domingo e na segunda (ontem e hoje) prestei o vestibular da federal, que usará o enem como primeira fase e a segunda fase a prova elaborada pela conhecida, boa e velha covest/copset...que não costuma ter suas provas roubadas.hahahaha xD
Mas enfim, a prova foi boa também. Tudo bem que apenas posso falar das provas de português I (redação e 2 questões discursivas) e II (literatura), história e inglês I e II; porque na segunda fase continuamos a fazer apenas nossas específicas. Mas mesmo assim, achei a prova boa. O mesmo decoreba de sempre, mas boa. Acho que o ensino médio do país ainda precisa, infelizmente, de tempo para se adaptar a esta nova exigencia... do aluno que tem a capacidade de reconhecer que o conhecimento nÃo é um bloco isolado. Essa exigência de interdisciplinaridade é, de fato, nova. Por isso a prova ainda foi mt decoreba. Mas foi boa.
Se eu passar, cursarei letras-inglês e darei continuidade à tradição de ''salve a professorinha'' da família...
Acredito que tb passei na FG, afinal, escrevi meu nome certinho! :D
Então estou pensando em cursas as duas, como tantos fazem...meu irmão mesmo.
Só fico preocupada porque preciso trabalhar, afinal, tenho data marcada para a entrega do apt...2011! E eu pensava que era 2012..então o tempo encurtou. E o meu emprego atual, é como o chocolate que meu colega de trabalho acabou de me dar: é uma delícia, mas dura pouco.
O projeto se extende até Abril. Claro que eu posso ser chamada para outro projeto, mas não é nada garantido, entendem?
Então, após tantas redações escritas (muros invisíveis, na federal; a solidariedade no Brasil, na FG; e o conformismo e inércia do povo que está deitado eternamente em berço esplêndido, no ENEM), senti saudade desse blog.
Aproveitando que, apesar de não estar em recesso, estou de bobeira no trabalho, resolvi escrever a vós, meus fiéis (e imaginários) leitores.

Beijos saudosos.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A aurora de minha vida.


Meus Oito Anos (Casimiro de Abreu)

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!-
Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é - lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor!
Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã.
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
De camisa aberto ao peito,
- Pés descalços, braços nus -
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
Oh! Que saudades que tenho
Da aurora de minha vida (...)
sabe... começo a me questionar se, no momento que me encontro na iminência de escrever este texto, estou envelhencendo, ou envelhecida.
Meu corpo tem 19 primaveras, e minha mente umas 800. Ser bem resolvida, aproveitar cada segundo intensamente, nunca se arrepender, nunca querer mudar, se amar e se sentir bem nunca foram expressões que fizeram sentido no meu vocabuláriovida... e agora, no tédio do meu novo trabalho, observando fotos antigas, de amigas (infelizmente, antigas) uma dor silenciosa grita em meu peito, correndo minha alma pouco a pouco..tirando de mim as palavras e a alegria...
Que saudade! Pego, nesse momento em que tive as palavras roubadas, emprestados os versos de Abreu e digo...que saudade da aurora da minha vida! Que delícia era o colégio. E o engraçado é que eu não posso dizer que nunca dei valor..dava sim, e muito! Mas eu não sabia que ainda merecia mais!!
Eu amava ir ao colégio, não só pelas amizades, que são grande parte...mas pelas aulas, trabalhos, notas, professores, pelo aprender e conquistar...sempre gostei. Eu me lembro que quando adoecia eu implorava pra mainha me deixar ir ao colégio...quem me conhece sabe que isso, portanto, era um fato bastante usual em minha doentevida.hahahahaha
Mas agora, afastada, posso ver com a clareza que só quem dá um passo pra trás pode enxergar. Vejo saudosa as aulas, a atenção dos professores dedicada à nós - insanos e ingratos - o carinho do colégio, dos amigos, a dificuldade e o gosto da vitória... a delícia de achar um assunto bom, ou fácil..e a maravilha de entender o difícil. Que delícia era estudar noites a fio, e passar horas reclamando depois...ah, se eu soubesse o quanto isso me faria falta.
Sinto falta da festa que nunca vivi: o terceiro ano. Fui para o intercâmbio - sem dúvida, melhor fase da minha vida - e troquei Porto Seguro, Abertura de Jogos, Quadrilhão, Oscar, Formatura, Aula da Saudade e Colação de Grau pela Nova Zelândia...não me arrependo. E, pra melhorar, caí de para-quedas num colégio e numa turma completamente estranhos para mim, para passar uns 4 meses apenas (tendo em vista que voltei em julho, e no 3° ano acaba-se o ano letivo mais cedo)...São memórias e fotos no orkut que eu nunca vou ter..mas foram as minhas prioridades, e fazer o intercâmbio foi a melhor coisa do mundo!
Sinto falta da rotina, sinto falta do não querer e do querer. Sinto falta da delícia que era descobrir o mundo pelo olhos dos outros, dos professores e dos amigos. Sinto falta das lições de vida... sinto falta até das lições de física!
Meu Deus, como sinto falta de me engrandecer. Agora, afastada até da faculdade, por causa do meu necessário trabalho, definho pouco a pouco meu cérebro...e morro por dentro, querendo voltar para a 1ª série...e viver tudo de novo. Aprender a ler de novo, aprender a somar, aprender a interpretar... Quero passar por tudo de novo, quero voltar e reviver essas delícias pequenas!Ah, se eu pudesse.
Se eu pudesse voltar às aulas do cursinho e ter novamente aquelas aulas deliciosas...eu estudava 11h por dia e nem sentia!! Que maravilha de professores! Queria voltar e ver meu atual namorado e futuro marido no papel de professor de novo..que aulas gostosas. Queria Gagau, PH, Valdemar, Mário Sérgio, Marco Antônio, Axel, Paegle, Jojoca... queria Coxinha e Fatinha... queria Naira e Angelinha... queria Rogério, Eugênio, Lilian, Maria Luiza...Tia Sandra...
bem, mas deixa isso pra la, que a obrigação de coordenadora pedagógica me chama ;*

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Cuidado! Mente Perigosa.


Sabe, eu acabei de chegar a uma conclusão. Eu sou extremamente nociva. Não há outra explicação. Em 2005 todo meu colégio ficou com raiva de mim por causa de uma fofoca e eu quase morro tentando fazer as pessoas acreditarem em mim... em 2009 toda minha sala da faculdade fica com raiva de mim por causa de um trabalho que eu me esforçei mais do que, aparentemente, deveria, e eu quase morro de pedir desculpas sem efeito... e agora, novamente em 2009 eu consigo que pessoas extremamente importantes pra mim queiram me ver morta. E sou demais. Sabe, a primeira vez dá pra pensar que é injustiça...e que eu to certa e os demais não. Na segunda, a gente desconfia. Na terceira só me resta tocar um tango argentino mesmo!
Puta merda, eu devo ser tudo que dizem mesmo: louca, falsa, mentirosa, dissimulada.
Ou então eu não devo ter direito de ser feliz. Pq eu descubro algo de quase uma década atrás, que me enxe de uma alegria gratuita tão desconhecida no mundo de hoje...e um dia depois meu mundo desaba por causa dessa mesma descoberta. Meu namoro quase acaba, eu quase acabo o de grandes amigos, e provavelmente agora toda a familia dessa pessoa me odeia... e eu os amo como irmãos... pq eu sempre consigo magoar as pessoas que mais amo?
Não consigo entender como as coisas dão tão errado para mim, como eu sempre consigo maxucar os outros...pq eu NUNCA tenho intenção de maxucar ng e eu sempre maxuco. Uma vez uma pessoa, que tb está com raiva de mim, disse que eu era mt sem noção. Talvez seja exatamente isso que eu sou: sem noção! Eu não sei quão mau eu faço às pessoas...mas eu sei que faço! Porque não há outra explicação: eu apenas contei a novidade pra duas amigas, e não sei como a coisa se espalhou de tal forma que abalou profundamente dois namoros sérios. Eu consigo ter uma força destrutiva ímpar incontrolável dentro de mim. Não sei pq isso. Eu só quero fazer o bem às pessoas...ou se não, simplesmente não incomodar..e eu machuco todo mundo!!
A menina agora deve estar com o coração quebrado em mil pedaços, e é tudo culpa minha! E eu jamais quis machucá-la, ou a ng, de maneira nenhuma. Sei que consigui, novamente, fuder com tudo. Eu nunca faço nada pra machucar ng, e sempre me fodo. Pq eu tenho que me importar tanto se as pessoas estão ou n com raiva de mim? eu perco o sono, seco minhas lágrimas...como já fiz...e fico morrendo pq alguém tá com raiva de mim. queria ser indiferente, deixar pra la. mas nao consigo...e parece que qto mais eu me importo, mais raiva a pessoa tem. eu nao entendo oq eu fiz pra merecer isso, mas deve ter sido algo mt grave. e eu nao tenho direito de ter uma alegria por um vão momento..e pior, se isso for verdade, logo logo vou perder meu namorado tb...e ai eu jogo fora as chaves do apto e da minha vida logo junto! que sentido teria, então??
meu deus, quanta dor eu sinto agora...e quanta dor eu já causei. outro dia mandei um email pras pessoas que não gostam de mim pedindo desculpa e dando perdão...nunca recebi uma resposta...
mas agora uma das minhas grandes e queridas amigas está com raiva de mim, e com toda razão! meu deus como eu queria que ela soubesse que eu não queria magoá-la. como eu queria que ele soubesse que eu não queria feri-lo. como eu queria ser diferente..nunca ter descoberto oq descobri. pq nao faz diferenca eu ter tido aquela vã alegria, e agora estar mergulhada tão profundamente nessa tristeza e solidão.
sinceramente, tem horas que eu quero morrer. nunca vi fazer mal às pessoas tanto como eu. é algo que eu nem vejo acontecer, qd vi, a merda ja virou bone!! meu deus, me ajude a melhorar. eu nao aguento mais ferir as pessoas sem querer. me ajude a ver como nao fazer mais isso.
amém
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terça-feira, 22 de setembro de 2009

Olha a palhoça-ça

Ainda bem que este é um país livre, e que a Constituição Brasileira, em seu artigo 5, inc IV, me garante a liberdade de pensamento e expressão....

Pois é...eu acho que eu devia assumir minha vocação (forçada) de palhaça e vestir orgulhosamente meu vermelho nariz. Porque antes o nariz do que a cabeça...igual ao homem de cabeça vermelha - muito sério! - do Pequeno Príncipe.
Eu estou simplesmente farta dessa falta de respeito. Sinto-me uma palhaça! Faço uma universidade que me formará uma palhaça...faço Bacharelado em Palhaçadomia (e o domia, que lembra o sadô, foi uma feliz concidência..porque não deixa de ser verdade! Só se pode gostar de sofrer quem se submete a o que nós nos submetemos). Hoje passei a mais absurda vergonha e falta de respeito jamais vista numa universidade. O corpo discente, de uma forma mais generalizada, escolheu, sabiamente, adiantar o cronograma, tendo em vista que a cozinha ainda não está à disposição da universidade (aí temos 2 absurdos: como se abre um curso de gastronomia sem cozinha própria? e como essa licitação ainda não foi resolvida?). De qualquer maneira, acordou-se com a turma de adiantarmos cronogramas e esperarmos, então, o pronunciamento da coordenação quanto a cozinha. Ai, para minha infeliz surpresa, esquecem-se da prova!! Imagina! E não, não estou dizendo dos alunos - isso seria normal - digo do professor. E eu não estou reclamando das horas que fiquei estudando, não. Estou reclamando da falta de compromisso e organização desse curso como um todo, um sistema falho que coopera veementemente para que o aluno sempre se prejudique!
Não sendo suficiente que os professores dessa faculdade já se esquecam todos os dias de darem aulas construtivas, ao invés de ficarem se matando em fofocas inócuas, ainda se esquece da prova!!!! Ok, somos humanos, e erramos. Normal, normalíssimo. Mas eu acho que tenho total direito de encher o saco, porque só se erra nessa faculdade! Acertou quem disse que aquilo é uma fraude. Estou a um ano na universidade e ainda não aprendi nada de relevante, e isso porque eu não sou nem um pouco relaxada. Imagina se eu fosse uma aluna desleixada. Sinceramente, eu estou cansada dessa palhaçada no ensino público superior no Brasil. Será que é só o meu curso? Não é possível que todos os profissionais formados pelo ensino público superior brasileiro sejam assim, lacônicos! Fico impressionada a cada dia que se passa. É professor que decide não dar aula, é um outro que não dá um dia de aula e só passa seminários (atenção: eu não discordo dos seminários, adoro fazê-los..mas acho que eles são um método auxiliar didático, e não um método exclusivo, tampouco um escudo para ilicitude), um outro que só fala bobagem...meu Deus! Sinceramente, pra onde vamos assim?
Estou louca para que minha vida tome outros rumos, pois eu creio que não é só isso que uma universidade pode me oferecer. Eu quero mais! Eu quero tomar o mundo num gole só!
E melhor, quando eu vou expor minha indignação, baseada em meus direitos, eu ainda sou a grossa, a que precisa aprender a me expor, a egoísta... eu ainda sou humilhada e exposta a todos como um produto estragado de frigorífico, tendo meu discurso totalmente distorcido. Concordo PLLLLEENNAAAMENTE que uma vez que falamos nossa palavra está passível de interpretações várias, mas um dos erros mais recorrentes de interpretação é, digamos, ''super entender'' o texto, ou seja: dá-lhe mais significados do que lhe é devido. E isso não é a primeira vez que acontece na faculdade comigo. No fundo eu devo ser mesmo tudo isso que eles dizem que eu sou, porque não é possível que o mesmo erro se repita comigo 2x em menos de um ano! Eu devo ser a errada, só pode!!! Claro que ninguém está na minha cabeça para saber das minhas intenções ao falar, mas realmente fica difícil se fazer entender... não apenas pelo fato de eu estar, na oportunidade, totalmente afônica...mas pelo fato da viseira de pré-conceito que cega às pessoas ali... ou vc é do lado A ou do lado B, e em sendo de algum lado, prepare-se para a guerra.
E eu ainda sou a errada. Porque eu não tenho um discurso seguro que eu possa basear minhas programações nessa universidade, e eu me recuso a ficar admirando tudo, passiva. Porque ora se diz que não haverá exceções, ora se diz que tudo é maleável...ora se abraçam, ora se matam...ora se programam, ora se confundem. Sinceramente!
E eu ainda sou egoísta, quando estou imersa num local onde ninguém nunca pensa em mim, onde eu sei que não sou bem-vinda, por razões que até hoje não me parecem claras, e decido tomar uma atitude por mim. Quando estou cansada de servir de burro de carga e, sendo verdadeiramente burra, não sei agir. Fico estagnada com medo do julgamento alheio - que, sinceramente, eu nem acho que vá mudar muita coisa. Meu medo chegou a ponto de eu não querer desabafar no MEU grito do socorro (que aqui vos apresenta) porque eu sei que há olhos espreitando meus movimentos, procurando argumentos destrutivos. Sinceramente. Eu devo ser mesmo muito burra. Porque se não fosse eu já teria tomado outra atitude.
Em contrapartida, quando se toma uma atitude, vc ainda é humilhada feito um cachorro sarnento. Alias, os cachorros sarnentos da rural são super bem tratados em comparação aos alunos do meu fraudulento curso. E que decisão tomamos? Em que discurso nos apoiamos?
Diante disto tudo, eu apenas posso dizer:
Hoje tem espetáculo? Tem sim, senhoooooooooooooooooooooor.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O “M”.



M é décima terceira letra do alfabeto latino (de 26 letras), e a décima segunda do alfabeto português tradicional, de 23 letras. Na escrita hierática egípcia representava uma coruja, recebeu o nome de "mem" no alfabeto fenício, significava "água" e era representada a partir do hieróglifo egípcio das ondas do mar. Originou o "mi" dos gregos (Μ μ) e o nosso M. Mas pra mim, o “M” é, simplesmente, a letra mais linda do Mundo...de todas as letras, o “M” é a que eu gosto mais. Com “M” meu MESSIAS, que é MAOR (Criador da Luz), criou o homem e mandou que se lhe retirassem massas , e criou a mulher , certificando-me, então, que Ele é ao mesmo tempo MALAH BRIT (O Anjo da Aliança), Al Muhyi (o Doador da Vida) e Al Mubdi’ (O que Dá Origem; O Produtor; O Originador e Iniciador de Tudo). Com “M” o primeiro homem, em inglês MAN , nomeou muitas criaturas, entre elas o que um homem que não conhecia a máquina de barbear disse ser nosso primo, o macaco – o que deu a maior macacada !
Com “M” eu floresço a vida com mabóia, macieira, macacaúba, macaba e maçarandiba. Com “M” eu fico magra e, contraditoriamente, com “M” eu como a macarronada da mamãe, mouse, macaxeira – que alguns teimam em chamar de aipim! - maracujá, mamão, manga (ai que deleite!), morango...maçã... e aí eu tenho maçã do rosto, maçã do peito...e adicionando muito açúcar eu tenho maçã do amor. Com “M” eu me visto de macacão , e meu namorado adora! E com “M” eu faço massagem nele...
Com “M” eu abro todas as portas, pelas suas maçanetas . Eu me maqueio e vou à manicure . Com “M” eu sei de Machado de Assis, e de Manuel Bandeira...e assim eu sei mais da vida! E é com “M” que eu rio com Mafalda. Com “M” eu nomeio as coisas como minhas , e isso é gostoso, quando verdadeiro! Com “M” eu sou mais brasileira: sou, ao mesmo tempo, matipu, maculelê, maranhense e mulher! Com “M” eu edifico, graças à madeira ...e eu também mudo! Mudo, miro, mexo, molho ... com “M” eu construo! Com “M” eu viajo, sou marinheiro e sou o mar . Com “M”eu falo do maior amor, falo da mãe . Com “M” eu vejo a cidade adormecer, eu falo da madrugada . Com “M” eu sou maestro , e sou a música . Com “M” eu faço um mafuá , e é uma delícia! Com “M” eu transformo a vida em mágica , e deixo tudo mais maleável . Faço malabarismos , e deixo tudo maravilhosamente lúdico. Com “M” eu entendo mais profundamente, com “M” de magistério . Com “M” eu sei dos Maias, e da maiêutica.
Com “M”, “M” de magnetismo incontrolável entre dois corpos, eu me aqueço, com “M” de magma . Com “M” eu canto Magnificat e, assim, louvo o magnífico Al Majid (O Nobre; O Magnificente). Com “M” eu sou mais ! Sou maior, sou maioria, sou multi – coisa que eu adoro, e tenho que, ser!Com “M” eu visto maiô, e a manga da blusa. Com “M” eu tenho o mais que perfeito: que pode ser um tempo, ou uma qualidade – depende do ponto de vista. Com “M” eu sou chique! Sou Maître-d’Hotel, sou majestade, sou major. Com “M” eu tenho a malemolência do malando, e dignidade magistral. Com “M” eu me meto em coisas sérias, que depois eu devo honrar em manter, como um ministério. Eu meço distâncias, em metro ou em milímetro – e quando se trata de distância+saudade, eu prefiro que seja em mm
mesmo! Parte superior do formulário
Com “M” eu falo de profissões que, se não existissem, estaríamos em maus (e desse “M” eu não gosto) lençóis: mecânico e médico. Com “M” eu tenho money , que não trás felicidade, mas – inexoravelmente – é um mau necessário. Com “M” sou solidária, e faço um mutirão. Com “M” eu falo do que há de melhor nesse mundo, eu falo de gente, falo de multidão . Com “M” eu tenho mãos que constroem, que ajudam, que edificam, que acariciam.
E, principalmente, com “M”, eu falo do meu “mamolado” . Eu falo do Marcos , meu mar aberto, meu presente maravilhoso, meu manhoso preferido, a pessoa mais meiga, minha doce memória, aquele responsável pelos meus melhores momentos, meu mágico, meu mistério, meu monumento. Com “M” eu melhoro meu futuro, porque eu vejo a Mel, o Marquinhos e Maria Carolina – todos devidamente nomeados de Mesquita de Andrade (não no caso da Mel, que será Soares Mesquita de Andrade, porque a cacofonia seria muito feia...). Com “M” eu falo do Marcos: meu marido.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Certificado de incompetência.

Há meses esse texto lateja em minha cabeça, clamando tempo para nascer. Nas "férias" (entre aspas pois isto, para mim, é apenas força de expressão: trabalhei 2x mais, me envolvi em projetos e cursos da faculdade,e ainda procurei certo tempo para viver) fiz um curso de BPF - SENAI (tradução: boas práticas de fabricação, desenvolvido pela colaboradora so SENAI). Este curso, de 1 semana, me habilitou a ser uma "facilitadora", como eles chamam. Ou seja, passei algumas horas sentada numa sala, com outros perdidos como eu, ouvindo uma moça falar tudo aquilo que já tínhamos, em alguma etapa de nossas vidas, ouvindo. Fico me questionando como o curso foi para os demais..afinal,sou apenas do terceiro período, e fui colega de sala,naquele momento, de formandos...
Enfim. Somos facilitadores. Está lá o certificado pra comprovar.
Destaquei essa palavra pois é dela que quero falar.
Certa vez li em um livro, cujo autor não vou me lembrar agora (está entre Millôr, Veríssimo e Jabour) que o Brasil precisava desses certificados de incompetência. Sim, pois se trabalhássemos direito, não haveria necessidade de certificado algum, para provar nada. Pois temos cada vez mais certificados,e cada vez menos qualidade.
Isto ficou claramente exemplificado para mim qd a facilitadora-mor, que, ora, nos lecionava, disse que havia um POP (procedimento operacional) para se fazer um POP. Acredita? Ou seja, temos um relatório de como se faz um relatório, evitando que as pessoas "se percam". Sim, pois a explicação dada foi que este era um mecanismo facilitador (demasiadamente repetida esta palavra durante o curso...) do trabalho do higienista. Cara, é um mecanismo para que seu cérebro não seja mais requisitado em serviço ALGUM. Vc não precisa mais pensar, porque pensar dá trabalho: apenas repita esta trabalho, acenando como um calango e anotando como um robô...mas quando for necessário falar, imite um papagaio!
E essa degradação da mente humana não é meu tópico esta noite. Quero externar minha indgnação quanto a esse mecanismo vicioso que é o "certificismo" brasileiro.
Vc pode ser tudo,mas se não há um papel provando, esqueça! Vc pode ter estudado onde quer que seja, Harvard ou Coleginho ZéMaria, se não há papel,não há nada. Sua palavra,suas conquistas e suas capacidades são apenas nomes vãos se não há um papel que os comprove.
Seu nome não é nome.
Se, de fato, trabalhássemos direito, qual seria a necessidade do ISO 22000, ou 9001, ou o próprio 9000? Qual seria o porquê do IMETRO e tantos outros órgãos que atestam a incompetência do brasileiro? Se a honestidade falasse mais alto que a ganância, nada disso seria necessário.O fabricante de briquedo não iria fabricar carrinhos que, ao menor toque, quebrassem em mil pedaços colocando a vida da criança em risco. O manipulador de alimentos lavaria a mão depois de ir ao banheiro, independente do MBPF,MBPM,POP,IT ou escambau a quatro. A honestidade e dignidade seriam todos esses certificados. A sua consciência certificaria, e isso seria confiável. Pois hoje não podemos confiar na consciência de outrem, entrando, inexoravelmente, nesse ciclo vicioso de papéis que comprovam papéis, e você é apenas o nome que consta nos autos. E esse ciclo se amplia, ficando de uma magnitude inimaginável. Quantos alunos não vão às palestras porque receberão certificados? O que eles irão adquirir em relação aos conhecimentos não importa, importa o certificado. E assim seguimos criando ISOS que determinam ISOS, e manuais que tratam de manuais.
E você?Você não é nada.
Seu papel é.

Diga-me que papéis tens, e eu te direi quem és.

domingo, 9 de agosto de 2009

Desculpem, é um texto meu. hahahaha

Essa é uma das pouquíssimas crônicas minhas...acho que depois das 432 (até hoje) poesias eu não sei bem escrever crônicas/textos corridos.



O príncipe encantado de verdade (07/02/09)
Ao meu único e grande amor, Marcos.

No final das contas você descobre que o amor, afinal, existe; e melhor, que não tem nada a ver com esse sofrimento eterno que vendem os bayorianos, nem essa obrigação de euforia constante e calafrios diversos que rotulam os superficiais. Você descobre que o sofrer é um momento necessário e que, talvez, por isso mesmo deve ser obrigatoriamente rápido, e também que calafrios diversos são mais comuns como conseqüência de uma infeliz infecção intestinal.
Você descobre que o amor nasce todos os dias, e que renová-lo é uma atitude diária e contínua. Você descobre, não necessariamente após descobrir o amor sensual, que o amor está em todas as coisas. Que o amor reflete-se no cheiro das manhãs. Você, finalmente, pára de competir aos outros a árdua missão de completar-nos, como se fossemos metades da laranja esquecida da feira. Você passa a ver que já somos completos e que, na verdade, o outro vem dividir alegrias e tristezas com você, e que isso é o melhor e mais gostoso que o tempo nos dá.
Você percebe que os contos infantis te iludiram e, finalmente, você cai na real que príncipes encantados não existem, e sim que o amor torna aos outros encantados. Porque, em algum momento, numa noite insone de terça-feira chuvosa, você descobre que o amor da sua vida não é seu colega de partido, que não pensa igual a você; nem é guerrilheiro ativista na mesma batalha que você. Que ele não gosta das suas roupas e que precisa de uma séria renovação no guarda-roupa. Você descobre que o amor da sua vida, aquele que é a razão do teu respirar, na verdade, ronca incessantemente alto durante toda noite, e tem a péssima mania de comer sorvete com batata frita.
Então, você nota que sua paixão tem cortes, cáries, cicatrizes e várias outras coisas que começam com “c” que você não gosta. Você, um dia, se olha no espelho ao lado do seu amor e vê que, na verdade, seu príncipe gosta de Bach e ópera, enquanto você é viciada no Eminem e não perde uma balada. Mas, é quando você vê que você vai, alegremente, ao teatro com ele, e no outro fim de semana ele vai à festa com você.
É com essa pessoa tão diferente que você se pega dançando abraçadinha, sem música, na sala de estar do seu apartamento alugado, sentindo-se no céu. É nos olhos dele que residem todas as razões que te fazem feliz, e você sabe lá no fundo que só vale a pena qualquer coisa na vida se você se vir refletida nos olhos dele, ali, sempre.
É com esse cara, aparentemente tão igual, e ao mesmo tempo tão diferente, que você se sente a mais sortuda das pessoas por ter encontrado morada segura nos seus braços. É por aquele homem barrigudinho que você se arruma, escreve e perde noites de sono pensando nele, e apenas nele. De todos os homens, apenas o toque dele te dá a certeza do mais puro zelo, e só o beijo dele te dá ânimo e carinho. É só com ele que você faz amor, amor de verdade. Com ele você faz amor ao tocar as mãos, ao perderem-se nos olhos um do outro.
Você percebe que “felizes para sempre” é, na verdade, quem continua a história depois do primeiro beijo e de despertar. Quem ainda acha tempo, em meio a TPM, estresse, conta de luz atrasada, aqueles quilinhos a mais e aquelas horas de sono a menos, para dançar com seu amor no meio da casa, sem música, só para senti-lo pertinho. É, na verdade, quem ainda acha seu marido o mais lindo dos homens, mesmo depois de acordar descabelado e cheirando a algo que já deveria ter sido lavado há alguns dias. Você descobre que o amor, amor de verdade, não só resiste, como se fortalece e se renova nessas condições. E, de alguma forma, você sabe que aquele cara que ronca no seu ouvido e reclama da sua melhor amiga, se abaixaria para pintar suas unhas dos pés se você tivesse artrite... mesmo ele tento artrite também.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Volta às aulas verdadeiras!

Hoje tive minha primeira aula do cursinho que me preparará para o meu futuro emprego (sim, otimista é meu segundo nome). Estou estudando no nuce pro TRE-PE. Minha motivação para esse emprego é, talvez, a mais nobre e pura de todas: casar. hehehehe
Mas isso não vem ao caso. O que vem ao caso foi a sensação maravilhosa de voltar às aulas. Claro, pois mesmo fazendo faculdade tinha quase 2 anos que eu não me sentia numa aula de verdade. Não sentia mais aquele entusiasmo, aquela urgência de aprender tudo, a pressa de anotar todas as preciosas informações-ouro do professor, a sensação de estudar e crescer, a certeza de que aquilo me mudou e me forma como pessoa e vai me lapidando ao longo da caminhada escolar. Que maravilha é estudar! A nítida sensação de crescimento pessoal. Não há nada que se equipare.
Confesso que assim que entrei na sala e vi aquele mar de desconhecidos - nunca vi uma sala tão grande, e tão cheia - fiquei temerosa. Analisando friamente, todas aquelas pessoas ali são, obrigatoriamente, meus concorrentes - fora os outros concorrentes espalhados por aí. Diferentemente do vestibular, todos ali estão estudando para um mesmo concurso, um mesmo fim. No vestibular não, estudávamos para o vestibular, mas não éramos, necessariamente, concorrentes. Nunca gostei dessa palavra, na verdade. Nem das retas concorrentes eu gostava. hahaha. Esse pensamento - da concorrência altíssima - fez minha barriga gelar um pouco. Ou talvez tenha sido porque a porta de entrada era daquelas do lado do palco. Quão odiosas são aquelas portas! A entrada de outrem desconcentra o aluno, a turma, o professor..e envergonha o passante. Não sei pra que alguém inventou essas portas. Odeio aquelas portas, do fundo do coração as odeio! Seja por uma razão ou por outra, a primeira sensação foi o friozinho na barriga.
Contudo, assim que a aula começou minha euforia foi tremenda. Anotando tudo, informações úteis, e quanto mais eu tinha mais eu queria..tornei-me ávida da matéria..cheguei em casa e aprofundei mais meus conhecimentos...que sensação gostosa, única e inenarrável!!!
Lembrei-me como eu gostava de ir ao colégio, e mesmo quando a aula não era tão proveitosa, eu simplesmente sempre amei aquele espaço. O convívio social, o agregador cultural, o mundo de possibilidades que se abria diariamente para mim... tudo no colégio é maravilhoso. Porque saímos de lá? Quer dizer, sair do colégio é algo aceitável..aliás, desejável e natural. Contudo, devíamos sair do colégio para ingressarmos numa faculdade que fosse, no mínimo, uma extensão melhorada do mesmo. Algo que acrescentasse ainda mais à nossa existência. Mas não.
Triste, triste realidade.
Amanhã termino o projeto de extensão de produção de licores como fonte de renda para mulheres carentes, com as alunas do ''mulheres mil'', e de repente me vejo deparada com uma pergunta que martela em minha cabeça...um fantasma que me espanta e me tortura: será que adicionei algo à vida - sofrida - daquelas mulheres?
Se não, para que serve uma aula?

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Histórias inacabadas.

Ironicamente ou não, quando acabei de colocar o título desta postagem (contrariando meus professores de redação, eu normalmente começo pelo título...hehehe), apertei a tecla ''enter'' sem querer e o post foi publicado assim, em branco, inacabado.
Bem, mas, contrariamente ao resto da vida, aqui eu posso clicar no ''editar''. Ah..as maravilhas da vida moderna. xD
O fato é que hoje eu amanheci com a doce saudade de mim mesma...senti a inenarrável vontade de revisitar meu passado, e comecei a ler emails velhos. Achei fotos antigas, tive saudade de pessoas que se foram da minha vida, tive saudades de ser quem eu era, e ao mesmo tempo alguma parte (mais sensata) de mim ficou feliz por ser diferente hoje... reli e revivi momentos deliciosos de minha vida. Que massagem ao faminto e, ultimamente, solitário ego. Contudo, em meio a estes emails antigos, achei um texto que comecei a escrever. Abri-o. Me lembrava do esboço, do momento da inspiração, mas não me lembrava de tê-lo levado às vias de fato...apaguei da memória a lembrança de escrevê-lo. Fui, então, ler o tal texto. Posso dizer que aquela foi minha estreia como cronista. Talvez, sendo generosa, possa julgar a obra imatura (nada mais natural, afinal, acho que tinha 14 anos no máximo quando a escrevi). Fui lendo aquelas antigas e esquecidas linhas, descobrindo as múmias egípcias envoltas em ouros guardadas no mais profundo sarcófago do gmail, me envolvendo naquele sentimento tão forte... ah se me lembro daquele sentimento. Marcante, único, inesquecível. Devo quase toda minha vida literária a este rapaz, sem dúvida. Naquele texto eu criara uma situação perfeita, sonhada, na qual finalmente eu - então, fulana - e ele - o cicrano - nos teríamos em paz e plenitude. Toda a elaboração do texto passou a me envolver, me deixou ansiosa para saber o que aconteceria com os tais personagens, que tramas a vida iria jogar em cima dos meus - tão meus! - pobres amantes secretos...
Fui vivendo todo amor da Angélica, e revivendo toda a angústia da Rayssa.
Contudo, quando chego ao que, suponho, ser o climax, o texto simplesmente acaba!!!
Pensei ser erro do meu computador, não era possível! Eu já tinha tantas possibilidades de finais para Angélia e seu Lucas...que absurdo! Aquilo não podia estar acontecendo. O que se deu de Angélica? Ela finalmente teve seu amado para si? E todos os planos que ela fez? Todos os anos de amor silenciados pelo medo fatal, pela timidez-mordaça... e todos os anos de amor dedicados a este rapaz-deus? Como era possível que estes personagens simplesmente sumissem do meu controle, da minha vida, assim, sem mais nem menos, sem explicação ou cerimônia!?
E pior: aquele era um texto de minha autoria, e eu já não me lembrava que final eu queria dar aos pombinhos! E agora, autora cruel, que se deu desse amor tão belo?
Quando percebi que esse erro (era claro que eu tinha mandado para mim mesma o texto para que eu continuasse-o em casa, depois...e esqueci de fazê-lo) era, na verdade, drummonianamente, a verdade-poesia que inundava minha vida inteira!
Minha vida inteira (inclusive este sentimento por este, então, "Lucas") se baseou em histórias inacabadas. Planos que fiz e que nunca cumpri, juras que ficaram pelo caminho, ''para sempres'' que duraram a eternidade de um segundo, sonhos que vi despedaçarem-se.
E eu, autora (por vezes cruel) da minha vida, simplesmente esqueço de completar essas histórias!! Assisto, passiva, ao teatro da minha vida ser ensaiado, apresentado e dirigido por terceiros que, por mais competente que sejam, não são tão competentes para serem encarregados do meu teatro-vida! Você deve, afinal de contas, ser protagonista da sua própria vida!!
E você, que papel tomou na sua vida?
Isto pode apenas ser mais uma promessa vã, mas a partir de hoje serei a protagonista única e faminta da minha vida...engolindo o mundo num gole só; porque minha alma TEM sede do infinito!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Das dores,a maior.

Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa,
dói morder a língua,
dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade de um filho que estuda fora.
Saudade do gosto de uma fruta que
não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu,
do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida
é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem
se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade,
mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem
vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se
menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe
como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando
num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa
daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista
como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa
daquela mania de estar sempre ocupada;
se ele tem assistido às aulas de inglês,
se aprendeu a entrar na Internet
e encontrar a página do Diário Oficial;
se ela aprendeu a estacionar entre dois carros;
se ele continua preferindo Malzebier;
se ela continua preferindo suco;
se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados;
se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor;
se ele continua cantando tão bem;
se ela continua detestando o MC Donald’s;
se ele continua amando;
se ela continua a chorar até nas comédias.
Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer
com os dias que ficaram mais compridos;
não saber como encontrar tarefas
que lhe cessem o pensamento;
não saber como frear as lágrimas diante de uma música;
não saber como vencer a dor
de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro,
e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz,
e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos.
É não querer saber se ele está mais magro,
se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama,
e ainda assim doer…
Saudade é isso que senti
enquanto estive escrevendo
e o que você, provavelmente, está sentindo
agora depois que acabou de ler.

Se o texto é de Miguel Falabella ou de Martha Medeiros, pouco importa. Importa que ele é lindo e traduz exatamente o que minha alma grita no momento, e eu já não tenho palavras pra descrever.

sábado, 11 de julho de 2009

Boa noite,senhor.

Que maravilha de oportunidade!!Deus é muito bom para mim mesmo...
Ele me deu um emprego que eu trabalho pouco, ganho muito,e ainda passo todo o tempo do trabalho fazendo aquilo que amo, observando! Observando a lua, o mar, a chuva, as pessoas e suas muitas possíveis histórias.
Estou como recepcionista no Bar da Praia, que é uma graça de lugar, extremamente cozy!
Bem, o fato é que agora, como simpática profissional, depois de me acustumar a ser ''psiu'', ou ''moça'' - fato que sofro menos que meus amigos garçons, que são, além de ''psiu'', estraladas de dedos... - me divirto muito, já que lido diretamente com o público, converso a noite toda, me divirto acompanhando de longe a vida das pessoas, e melhor ainda quando encontro pessoas conhecidas. :)
É engraçado porque essa nossa sociedade egoísta fez delgumas pessoas tão carentes que o simples fato de dá-las um caloroso boa noite as deixa tão felizes...e, consequentemente, a mim!
Mas, por outro lado, há aqueles que se quer olham para mim, e me fazem pensar que sou invisível.
Mas, acima de tudo, há aquele pessoal extremamente de bem com a vida, celebrando o fato de estar vivo e estar no Bar da Praia! Adoro essas pessoas, que entram felizes e saem ainda mais, falam comigo felizes, e me deixam extremamente animada também. Às vezes até conversamos e tiramos onda. Como é gostoso trabalhar num ambiente onde as pessoas são descontraídas, e estão indo para se divertirem. É realmente maravilhoso ser parte da diversão das pessoas.
Também gosto de trabalhar pela experiência pessoal, pelo crescimento que me é proporcionado ao entrar em contato com outros mundos. Foi assim na Cantão, no Contato, no Target, no Château... e está sendo assim no Bar da Praia.
Esse emprego ainda me permitiu experimentar uma delícia inusitada e tão gratuita quanto descobrir meu pé (aliás, acho que essa é a expressão mais cabível ao acontecimento,veja): descobri a maravilha de andar descalça nas pedras portuguesas das calçadas do Recife depois de passar uma noite em pé num scarpin que obviamente asfixiava e torturava meu pé.
hahahahhahahahahahahaha

Maravilhoso,não?
Também acho, Deus é muito bom!
Veja como Ele é fiel: na bíblia diz que Deus dá 10x mais do que damos no dízimo, que é a 10ª parte do que ganhamos...e DE FATO meu dízimo dessa semana será 10x que o meu último dízimo. Imagina!! Que benção!:)

Muitas novidades boas, né? Pois é...
Espero contar mais nos próximos capítulos:)

domingo, 5 de julho de 2009

Descobrindo o pé...


Você já viu uma criança descobrindo seu próprio pé?
"Como assim descobrindo o pé? Que ridículo", você deve estar pensando. Sim, mas elas, de fato, descobrem o pé - ou não e eu simplesmente gosto de pensar que elas o fazem..nunca saberemos.
Mas o fato é que é um momento único! Emocionante para o observador atento. Acho que já chorei acompanhando a descoberta de mais um pé. Se você nunca viu, devia tentar. Equivale a meses de terapia! É aquele momento mágico em que a criança, no auge do seu desequilíbrio, mais ou menos quando ela nota que aquela grande coberta branca e fofinha que colocaram em suas calças não vai permiti-lá de sentar-se corretamente, e desiste de assim o fazer, ela, de repente, se depara com um amuntuado de carne, com umas pontinhas engraçadas, que pode ou não estar coberto por um pano. Este é seu pé.
Ela, normalmente, faz algum movimento com a cabeça (afasta, inclina...enfim, demonstra interesse e espanto ingênuo, diferente do nosso espanto covarde!) e então (diferentemente de nós) parte à luta! Vai descobrir que coisa é aquela que se encontra tão perto do seu reconhecido corpinho. Até que as pontinhas do bolinho de carne se movem. E de novo. E de novo! Seus dedinhos das mãos tocam aquelas pontinhas. Até que eles se parecem. As duas pontinhas - da mão e do pé - se movem, se tocam, se conhecem. E, finalmente, depois de alguns minutos analizando seu próprio (e desconhecido) pé, ela percebe que aquelas pontinhas se movimentam quando ela quer, e que aquele amuntuado de carne lhe passa sensações. Que sensações serão essas? Sem receios, ela leva o pé à boca (diversão que lhe acompanhará enquanto sua flexibilidade lhe permitir, a partir deste momento...confesse,velhaco,você morre de inveja dessa flexibilidade!Você que mau consegue atacar seus cadarços!hahaha), acaricia seu pé e é acariciada por ele. Ela namora longamente seu pé. Seus olhos estão maravilhados com sua nova descoberta que, drummondianamente, inunda, com sua poesia, a vida inteira dela! Ela olha para os lados, ávida para contar aos que a rodeiam sua grande novidade. Ela gritaria ao mundo, se falar soubesse! Além desse pequeno percalço, ela nota que as pessoas grandes estão ocupadas demais com outras coisas menos importantes do que a descoberta do seu pé. Mas de que importa? Ela descobriu seu pé! Que maravilha de mundo, que mundo mais perfeito para se ter um pé - e um pé que você mesmo descobriu! Nada,nada no mundo, paga este momento. Para um observador atento - alguns diriam bobo,outros, desocupado - a felicidade refletida naqueles olhos é quase a mega sena (como diria o pequeno príncipe: ponha em números que os adultos entendem...hahahaha)
Há quanto tempo você não descobre seu pé? Porque na sociedade de hoje ninguém mais tem tempo para descobrir seus próprios pés? Essas pequenas (grandes!!!!!!!) alegrias que existem - latentes! - na vida, esperam apenas por uma oportunidade de desabroxar...
E todos enfiam os pés nos saltos da moda, nos tênis de corrida - correndo pra emagrecer...correndo de que?. E em último caso, amputamos os pés.
E perdemos a maravilhosa, e gratuita, alegria de descobrirmos os nossos pés. Ou mesmos de observarmos a descoberta de um novo pé, alheio - e, ao fazermos, estarmos alheios aos pés apressados que pisam em nos...sas ruas.
E dói! Dói para nós, descobridores diários de pés, observadores atentos-bobos-desocupados. Dói para nós, pés a serem descobertos.
Que tal agora você sair e descobrir um pé?

domingo, 28 de junho de 2009

Ser ou não ser...


Ainda estou atônita,perplexa.

Ontem fui ver a aclamada peça "Hamlet". Composta por um elenco de peso, como Wagner Moura contracena com um elenco formado por Tonico Pereira, Carla Ribas, Georgiana Góes, Caio Junqueira, Cláudio Mendes, Fábio Lago, Felipe Koury, Marcelo Flores e Gillray Coutinho; a montagem ainda é assinada por Aderbal Freire-Filho, em parceria com Wagner Moura e a professora Barbara Harrington.
Para total contradição das minhas idéias, a peça foi extremamente premiada e reconhecida ao longo de seu histórico. Para constar alguns prêmios desta, cito aqueles recebidos em 2008, como no "Qualidade Brasil", onde ganhou os títulos de Melhor Espetáculo – Júri Popular, Melhor Ator (Wagner Moura) e Melhor Direção (Aderbal Freire-Filho). No "2° Prêmio Contigo de Teatro", a peça recebeu os prêmios de Melhor Espetáculo – Júri Popular, Melhor Ator – Júri Oficial (Wagner Moura) e Melhor Figurino – Juril Oficial (Marcelo Pies). Já no "4° Premio Bravo! Prime de Cultura" e o "Prêmio Revista Quem" premiaram Wagner Moura, respectivamente, como Artista do Ano e Melhor Ator
A peça, que conquistou o público nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, que está em cartaz no belo Teatro da UFPE, por uma curta turnê de 2 dias (ontem e hoje), (tenta) retrata o histórico e clássico texto escrito por William Shakespeare no início do século 17. Hamlet retrata os dilemas vividos pelo conturbado príncipe da Dinamarca em sua vingança contra o tio Cláudio, assassino de seu pai.
Ok, a intenção é nobre. Segundo consta, o objetivo do grupo era trazer este clássico para perto do público e (pasmei!) ser fiel ao universo shakesperiano. O mote da direção é o próprio teatro, já que Hamlet é a peça mais metalinguística de Shakespeare. Durante a montagem, os atores permanecem o tempo todo em cena, assistindo ao desenrolar da trama como platéia, interagindo com os outros, trocando de roupas e, até mesmo, de papéis. Tendo a trilha sonora inédita, composta pelo maravilhoso Rodrigo Amarante,(Los Hermanos/Litlle Joy), os figurinos desenvolvidos por Marcelo Pies e a cenografia elaborada pela premiada dupla Fernando Mello da Costa e Rostand Albuquerque, a peça tem feito sucesso por onde passa.

É.
Minhas concepções foram profundamente modificadas.
Durante as longas e infinitas quatro horas de peça comecei a me questionar se estou virando uma velha ranziza, se eu era, de fato, muito ignorante e minha inteligência era muito aquém do que aquela requintada peça requeria que fosse... Diversos meta-questionamentos passaram-se na minha cabeça (e nada mais Shakespeariano poderia acontecer, ainda mais assistindo uma peça de Hamlet!). Mas essas dúvidas logo fugiram da minha mente ao ver os ávidos comentários dos espectadores ao final da peça. Não,eu não fui a única.
Muito ficou a desejar para mim, muitas perguntas sem respostas. Porque aquele teatro estava tão lotado,sobrando-me apenas uma distante cadeira na galeria? Talvez, de fato, todas aquelas pessoas estivessem ali para ver o belo sorriso de Wagner Moura,e isso não é um demérito. Afinal, todo ator acaba passando um pouco disso, acaba atraindo o público,primeiramente,por questões frívulas,como a beleza; mas depois o público surpreende-se ao ver que, indo atrás do conteúdo superficial, depararam-se com um conteúdo deveras profundo. Isso é normal e completamente aceitável. Se fosse manezinho da esquina, duvido que alguém se desbancaria de sua humilde e confortável residência para ver Hamlet. Ok,louvável. Mas as quatro perdidas horas da minha vida não serão pegas pelo sorriso belo de Moura. Contudo, uma coisa é fato irrefutável: ele é um excelente ator!
Acredito que o objetivo daquela conturbada confusão mental que convenciou-se chamar de "peça" é, como foi dito lá, colocar um espelho para o público. Toda aquela confusão retrata, de fato, a fingida loucura de Hamlet, sendo este o meio para alcançar seu vingativo fim. Assim, Wagner - e todos os outros atores, mas ele em merecido destaque - é extremamente feliz na interpretação. Ele, de fato, convence ao público que está louco, fingidamente louco! A culpa não é dele, nem de nenhum dos atores.A atuação em si estava ótima. Contudo, salvo algumas poucas partes da peça - como quando ele compara o ser humano à flauta, essa parte que já citei do teatro-espelho, sua metalinguagem sátira ao teatro numa auto-crítica interessante - foi, para mim,uma experiência angustiante!!
Não falo do figurino modernista, do cenário, no mínimo, diferente, nem mesmo daquela câmera filmadora o tempo todo aparecendo e desaparecendo, tirando a atenção do público (aliás,para que aquela câmera,eu continuo me perguntando!). Não falo de como estragou-se monólogos introspectivos históricos, como ser ou não ser...
Não falo sequer dessa mudança abrupta e desavisada dos personagens de papel,fala,lugar...isso eu até achei bem interessante e instigante.
Não. Falo do texto mal escrito,confuso,prolixo! A grande arte de,como foi dito na peça, tudo que dizer ser nada!!
Se alguma pobre alma foi àquele teatro procurando saber sobre Hamlet saiu de lá ainda mais confuso. Em mim houven a latente sensação de que a peça fora toda improvisada!! Pensamento totalmente absurdo,pois ninguém estaria com uma peça em cartaz há anos, baseada em improvisos (a não ser que fosse stand-up comedy).
Concordo que o texto de Hamlet é,de fato,muito pesado e seria massante passar aquelas quatro horas ouvindo uma reprodução fiel dos delírios e desejos de vingança do pobre personagem. Mas essa tentativa de roupagem pós-moderna que Aderbal e equipe tentaram dar à peça ficou ainda mais massante! O público saiu de lá sem saber direito o que pensar. Me parece que as pessoas têm medo de dizer que não gostaram de algo que faz muito sucesso. Pois eu digo: não gostei!
Penso que Shakespeare se revirou no túmulo.
SE eu entendi corretamente, Wagner a um determinado ponto escolhe que é melhor fingir-se de louco,enloquecendo todos a sua volta,fazendo com que as loucuras ocultas de todos aflorascem. Mais adiante, aproveita-se o ensejo para fazer uma série de reflexões sobre o que é teatro,o que é crime, o que é loucura e o que é consciência. Ok,se eu entendi,foi assim. Mas aí está o problema: o livro foi fechado e eu não tenho certeza se aprendi direito o que li.
Está certo?
O texto, em minha opnião, é demasiadamente confuso e tenta, até demais, fugir da normalidade esperada no teatro.
Aí caio numa discussão sem fim, que há anos me persegue: o que é arte contemporânea?
Depois do glorioso modernismo, da semana de 22, dos Andrades todos, do cubismo,dadaísmo e tudo mais, o que vivemos agora? Alguns dizem que agora tudo que se produz é classificado como pós-moderno e tudo é arte. Bem,se tudo é arte,nada é arte! Simples! Se a arte é,por essência, a aristocracia da vida, a capacidade de imobilizar aquele belo (no sentido mais amplo da palavra) momento da vida...e se tudo é arte,então,nada é arte!!!!!!!!!!
Não posso ser hipócrita comigo mesmo e dizer que ao sair de uma exposição de artes modernas, onde vejo pedaços de pau amarrados,um cachorro morrendo de fome com palavras escritas acima de sua cabeça em ração, ou pedaços de papéis amassados, ferros retorcidos longe de qualquer significado... essas obras ''pós-modernas''... eu me sinto revigorada,como ao ver obras como Monalisa, Pietá, Madona, ou mesmo belos poemas de Camões, dos Andrades todos, de Drummond, de Azevedo.
Não! Isso seria mentira. Aliás, muito pelo contrário, esse tipo de "arte" me oprime e confunde. Isso não é arte!
Essa tentativa desesperada e vã que vivemos hoje de soltar-nos dos padrões previamente estabelecidos é terrível. Concordo que devemos sempre estar em busca de novas formas de expressões e que sempre devemos nos atualizar. Mas hoje monto para mim uma coletânea de "artes" assustadoras (essa peça, essas exposições de arte moderna...) que apenas me levam a esta reflexão, de que quanto mais tentamos ser diferentes, mais iguais somos.
A peça foi assustadoramente ruim. Cuidado com o que se diz moderno demais.
Sem mais o que poder falar, limito-me a uma das célebres frases de Hamlet: “O resto é silêncio”.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Porque ninguém está imune ao olho do outro.

Eu poderia escrever tanta,mas TANTA coisa nesse post,que até agora penso que seria melhor apertar aquela tecla ali do lado e apagar tudo.
Como seria bom ter um backspace na vida. Quanta coisa não seria mudada, reformulada, apagada, melhorada, aperfeiçoada? Quantas desculpas não precisariam ser pedidas, pois não haveria erro. Quanta lágrima não seria vertida.
Vc acredita em inferno astral? .......
Nem eu. Mas,porque será que às vezes pessoas totalmente inocentes, ou ao menos ingênuas, parecem estar presas num ciclo vicioso e initerrupto de intrigas. Será culpa do seu jeito ingênuo de ser? Será culpa da sociedade voraz por mais um carneirinho? Será culpa dela mesma pois não aprendeu a se defender? Será ainda que é culpa dela porque ela é, para a surpresa de todos, inclusive dela mesmo, um lobo sanguinário e ávido por desgraças,na pele de um carneirinho?
Haverá culpa? Ou será mera fatalidade?
Contudo, recuso-me veemente a levar-me como os antepassados, que atrelavam todos os acontecimentos, bons ou ruins, com a simples vontade de Deus. O seu poder de auto-tutela!
Mas isso não faz sentido. Deus, sendo em essência amor, não iria deixar seu rebanho ao léu assim, deixando que as coisas acontecessem como tivessem que acontecer, sem nenhum controle sobre isso. Não faz sentido.
Por que Ele iria querer ver uma pessoa, até então,teoricamente,inocente, sofrer duas ou mais vezes o mesmo castigo? Longe da minha pequenez querer entender o que se passa na cabeça do Divino. Por isso acho que não,não é inferno astral, muito menos vontade de Deus pura e simplesmente.
Deve haver algum outro fator. Mas ainda não descobri qual é.
Não sei se algumas pessoas têm um tipo de afinidade ou atração cósmica para merdas. Talvez. E talvez essas pessoas se reunam em grupos secretos, em assembleias subterrâneas e discutam as grandes merdas que, inexoravalmente, lhes acontecem.
Talvez exista uma herança genética inexplicável e que os cientistas americanos que descobriram não foram permitidos de publicar, já que isto não daria bons lucros para a indústria farmaceutica, e em segundo,e mais importante, eles amanheceram com a boca cheia de formigas.
Ou talvez não. hahaha.
Talvez esse bando de merda sem sentido seja apenas uma das muitas maneiras de expurgar esse malzoleu de dentro de mim. Sinto como se minha alegria tivesse sido enterrada e pior, nem me convidaram para o velório. Nem ao menos me deram prenúncio de sua morte. Simplesmente chegaram e apunhalaram minha pobre alegria,pelas costas!
Não entendo como certas coisas simplesmente acontecem, e são totalmente fora do meu controle.
Lógico que grande parte das dificuldades que eu encontro hoje na minha estrada são total e exclusivamente culpa e (mais importante) problema meu. Primeiro porque se aconteceu foi pq eu deixasse que acontecesse, e segundo pq no mundo de hj ng pára pra te esperar cicatrizar, infelizmente. Mas pessoas como eu,como meu namorado, como tantos outros amigos,PRECISAM que o mundo espere minha cicatrização. Somos nós, essa minoria de sensíveis,de babacas. O mundo fechou suas portas para nós, e agora nossos gemidos são mau interpretados. Talvez eles não consigam ver através da fumaça, ou seus olhos estejam cegos. Talvez eles sejam como o ''homem sério de cabeça vermelha'' que o pequeno príncipe encontra em sua fanstástica viagem.
Talvez seus ouvidos não estejam abertos nem prontos para nos ouvirem. Mas,algum dia,vamos quebrar a barreira do som e principalmente,a do silêncio. vamos falar e vamos ser entendidos.
Porque não é justo que um mundo me condene pela forma de me expressar. Não é justo que interpretações e julgamentos sejam tomados assim, precocemente, e amores morram abortados.
Não é justo que eu deva moldar minhas palavras para que elas caibam num padrão de normalidade ditado por pessoas com cabeças mais vermelhas que a do senhor sério do pequeno príncipe, que não têm mais o dom de ver graça num amanhecer.
Não é justo que eu deva pintar meu mundo de cinza,só porque o dos outros acizentou.
Eu ainda posso,e devo,colorir meu mundo com a mais diversificada aquarela. É meu direito e meu dever como única zeladora do meu mundo colori-lo e perfuma-lo. Mas vejo que o mundo não concorda. Devemos apagar toda gentileza e pintar tudo de cinza. Ah, Marisa, não foi só com você.
Não posso expressar não lugares, multidões vazias, silêncios gritantes...pq a selva de pedra não me permite. Tenho que criar uma auto-ditadura para que minhas palavras não voem feito borboletas desgovernadas, podendo ferir gravemente alguém (?).
Qual a graça, ou msm a justiça, de ter que me controlar sempre que uma metáfora clandestina quiser escapar de minha cabeça? Que fazer com essas malditas antíteses quilombolas?
Onde há quilombo,pelo amor de Deus!
Onde há ombro?
Não. De fato não entendo. De fato ''não'' é a palavra que melhor me expressa no momento. Não entendo. Não posso. Não devo. Não quero. Não possuo. Não sei. Não consigo.
Contudo, existe ainda uma errante pergunta que vaga pela minha cabeça..sem encontrar resposta. Sinto como um grito no vazio do eco. É apenas o som do meu próprio lamentar.
Como aquele que não tem sensibilidade para entender um vazio,vai entender um olhar?
E ademais, como podem esses olhos que me ignoram raivosamente, perderem tanto tempo procurando vestígios de minhas palavras,para mastigá-las ao contrário e vomitá-las em mim? Como é possível tanta procura pelo que não se gosta?!
É, vai ver a culpa é toda minha.
Como dizia Arnaldo Antunes 'Eu devo ser um pouco bandido, se tanta gente me viu com esse olho. Eu devo ser um pouco bandido, um pouco louco, um pouco coitado, um pouco perigoso, artista, otário.'

quinta-feira, 18 de junho de 2009

E, pra ser turismólogo,só precisa ir à praia!

O plenário do STF decidiu ontem, por 8 votos a 1 (e eu gostaria bastante de saber quem foi essa única viva alma sensata!), que a obrigatoriedade do diploma para jornalista era inconstitucional. Os ministros do STF aceitaram o recurso interposto pelo Sertesp (Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo) e Ministério Público Federal contra a obrigatoriedade do diploma. Para o STF, a profissão de jornalista não exige nenhum saber específico. E, tendo em vista que apenas ''profissões que têm necessidade de saberes científicos'' carecem de estudos acadêmicos, como faculdades e afins, e, portanto, a obtenção de diploma.
O ministro Celso de Mello, preconceituosamente disse, crente que estava levantando a maior bandeira de defesa aos trabalhadores da face da terra, as seguintes belas palavras:
"Existem leis que regulam de maneira abusiva as profissões. É preciso ter consciência que a Constituição estabelece que a regulamentação do Estado deve ocorrer em profissões que exijam saber cientifico específico e não para aquelas que são baseadas na intelectualidade". Não obstante, ele resolveu desrespeitar todas as profissões possíveis, com a brilhante citação: "Todas as profissões são dignas, mas há uma Constituição que precisa ser observada e impõe limites".
Durante o julgamento, o presidente do STF comparou jornalistas com cozinheiros. "Um excelente chefe de cozinha poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima estarmos a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa área".
Bem, eu poderia simplesmente levar tudo isso como ofensas pessoais...já que o cara conseguiu, em uma única frase, desmerecer minhas duas paixões: o jornalismo e a gastronomia. Claro, escrever e cozinhar são, também, paixões. Mas ambas as áreas são MUITO mais que, simplesmente, esses dois verbos. E só sendo mesmo muito superficial e insolene para acreditar que essas profissões e, consequentemente essas vastas áreas, se resumem a apenas isto!
Ou eu poderia apenas desejar que da próxima vez que o querido ministro fosse a um restaurante ele comesse alguma iguaria preparada pela mão de um auto-didata qualquer, que não tivesse a menor idéia do que é a Reação de Millard e os compostos cancerígenos, os derivados de benzeno e anéis aromáticos formados nela, que nem soubesse o que é um Rearranjo de Amadori, ou não fizesse idéia do que é uma Cocção com preservação dos quantitativos protéicos da carne, nem o que é, como acontece e o que resulta uma caramelização, o que são açúcares redutores e açúcares invertidos e quais suas finalidades... nem mesmo soubesse o que é um corte Brunoise ou uma cocção en ragout... E, tivesse, então, uma baita indigestão e nunca conseguisse suprir totalmente sua necessidade nutricional e sofresse o resto da vida de fome oculta, culminando numa anemia crônica!
Mas, claro, não vou fazer isso.
Eu poderia também convidá-lo a estudar comigo para uma das minhas provas de Química Culinária, ou Bioquímica...ou mesmo as infindas técnincas de cocção, corte e preparo que aprendemos, sei lá, em cozinha fria. Isso sem falar da parte prática da coisa mesmo, como passar 15h em pé no calor e no stress de uma cozinha.
Claro, poderia da mesma forma, convidá-lo para estudar para as provas que meu irmão, acadêmico de Jornalismo, prestes a se formar, faz.
Mas não...
Eu apenas quero desabafar!
Nunca vi, em toda história, um retrocesso como este. Voltamos ao século XIX! Lógico, nesta época tinhamos excelentes jornalistas, como Machado de Assis..e basicamente todos os imortais da literatura. Contudo, nossos imortais contemporâneos têm a qualidade (?) de um Paulo Coelho. Isso são os imortais da literatura!Imagina o que não vai sair dos jornalistas de prática?
Claro que,como em TODA profissão - mesmo as mais científicas, teóricas e acadêmicas - a prática é fundamental para a consolidação do profissional. Pois um bom profissional é sempre constituido de uma boa formação e junção de teoria e prática, que são partes concomitantes e que se completam e se necessitam de uma profissão, e não partes paralelas e independentes,como roga o STJ!
Quanto não se lutou para se regulamentar a profissão de jornalista? Que desrespeito! O autor dessa lei achou que os estudantes de jornalismo faziam o que na faculdade durante 4 anos?
É um absurdo que em pleno século XXI, onde existe a clara tendência de tornar ocupações empíricas em ensino superior, como dança, cinema, artes plásticas, economia doméstica, gastronomia, engenharia de pesca, oceanografia, etc; dar um passo retrógrado como este. Claro que todas as profissões têm suas origens no empirismo e, conseguinte, observou-se a necessidade de estuda-la a fundo, ressaltando teorias já existentes de outras matérias, tendo em vista que o conhecimento não é um bloco isolado. Assim,as profissões foram se consolidando. O estudo é exatamente isto: estudar o que acontece na vida real, entender aquilo a fundo. Digo pela minha profissão,não há,na vida prática, área com mais química presente que na cozinha. Mas, se ninguém tivesse atinado de estudar as reações químicas que acontecem ali, o que seria da nossa saúde? E isso dizendo apenas a parte química da coisa, pois a parte humana seria um post a parte! Só para situar-nos, a maior parte de obra de pessoas como GILBERTO FREYRE se baseou no estudo sociológico da comida e da alimentação como consequência cultural.
Nunca vi tamanho derspeito a uma classe inteira e, obviamente, tamanho retrocesso para a sociedade como um todo.
O que virá depois? Que tipo de incentivo esses homens deram à profissões que estão surgindo agora como profissões de nível superior, como dança, gastronomia e cinema, para lutarem por sua sindicalização e regulamentação?
Claro, não nego que a melhor pessoa para falar de Português é um linguísta...que a melhor pessoa para falar de peixes é um engenheiro de pesca, ou um biólogo...e que a melhor pessoa para falar de gastronomia é um gastronômo...mas a melhor pessoa para comunicar é o jornalista! Se uma pessoa, como eu, quissesse fazer, por exemplo, mídia gastronômica, jornalisto gastronômico, ela tinha por obrigação que ter as duas formações: gastrônomo e jornalista.
Não acho errado, contudo, uma pessoa renomada ser convidada por um jornal a ser colunista, ou comentarista...mas claro que desaprovo que uma pessoa que não tem a formação exerca profissão, seja ela qual for!
Não só pela questão de incentivo ao estudo que, na minha opnião, é obrigação dos governantes. Mas também por outras muitas questões. Para ser sintética, se não existisse necessidade do estudo acadêmico desta ciência,não haveria faculdade da mesma! E se há faculdade, é porque é necessário e a pessoa que fez esta faculdade merece mais credibilidade e confiança que os outros, auto-didatas. Isso para qualquer profissão!!!!
Diante de tamanho retrocesso no nosso país, eu só posso me questionar qual o tipo de profissional que o Brasil está formando.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Todas as cartas de amor são ridículas...(ah,como AMO ser RIDÍCULA!!)

Um pequeno texto de Arnaldo Jabor, só para acalentar a noite.

Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: "Digam o que disserem, o mal do século é a solidão". Pretensiosamente digo que assino embaixo sem dúvida alguma. Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias.Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas e saem sozinhas. Empresários, advogados,engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos.Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dance", incrível. E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvída?Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçados, sabe essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega. Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção.Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós. Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos ORKUT, o número que comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra ser sozinho!"Unindo milhares ou melhor milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis.Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa.Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega.Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí?Seja ridículo, não seja frustrado, "pague mico", saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso à dois.Quem disse que ser adulto é ser ranzinza, um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais,pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: "vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida". Antes idiota que infeliz !

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Onde está o rio?

"Que difícil que é a vida dos homens - pensou ela - eles não tem asas pra voar por cima das coisas más..." (Shopia de Mello Breyner Andresen em "A Fada Oriana")

A Fada Oriana, que sempre fez o bem a todos, um dia conseguiu deparar-se com um rio, após salvar a vida de um pequenino, mas importante, peixe, e notou como ela era bela...como tudo ao seu redor era belo. E ela nunca teria visto-se pelos olhos de outrem se não fosse pelo rio, e por aquele seu belo gesto.

E eu me pergunto. Onde está o meu rio? Talvez eu seja como a fadinha Oriana, talvez eu seja o peixe que morre à margem do rio. Mas talvez eu não seja nada disso.

Nem sei bem que razões me levaram a postar hoje, apenas esse turbilhão que invade e bagunça minha cabeça, esse silêncio que grita aqui dentro de mim.
Que fazer? Sei que não há maneira melhor de fazer Deus rir que contar-lhe seus planos futuros...mas no momento tenho tantos planos para o futuro, e ao mesmo tempo não tenho nada em minhas mãos. Tenho toda minha vida apoiada e dependente de variáveis quando, na equação da vida, eu devia apenas pensar com as determinantes.
Tudo que existe em minha vida hoje é tão sólido quanto os grãos de areia de um vendaval, que algum dia poderão, claro, formar uma imensa e bela duna...onde crianças poderão brincar, ou mesmo servir de abrigos para pequenos animais...e talvez assim eu seja como Oriana.
Mas, no momento, são apenas grãos de areia..e eu talvez seja no momento menos que o peixe que morre à margem do rio.
Bem que tentei tutuar-me assas que me levassem para longe, me pousassem nas estrelas mais longinquas e belas...mas as assas de borboleta que a imaginação me deu são demasiadamente frágeis, e já não suportam o peso dos meus problemas.
Todos os planos que fiz para o meu futuro são tão volúveis quanto o vento que me leva, e movimenta minhas assas roxas.
Eu queria poder voar todas essas adversidades e encontrar-me logo com meu destino. Concretizar o maior de todos esses sonhos, e deixar o resto acontecer por tabela. Tenho urgência de ser feliz, urgência de concretizar nossos sonhos. Tenho urgência em encontrar-te todos os dias, como meu marido. Não tenho mais força-motriz que me impulsione a terminar nenhum dos planos que comecei aqui, nessa terra de seu ninguém (agora).
Que saudades de ver sentido em tudo que faço.
Que saudades de ver meus planos se concretizarem.
Tudo que quero é pra ontem, embora nada mais dependa de mim, nem nada possa acontecer assim tão rapidamente.

Essa é, no mínimo, uma situação complexa.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

A moral doente...sem ambulância!

Ontem, ao sair da igreja, eu estava lanchando com meu namorado numa dessas lanchonetes de rua aqui das terras candangas, conhecidas como "bombas". Apesar do nome aparentemente assustador, a comida, de assustadora, só tinha a quantidade de calorias, e talvez as misturas em sanduíches mais inusitadas possíveis.
Mas, de qualquer maneira, esse não é o foco do post.
Já perto de finalizarmos nossa farta - e pouco nutritiva - refeição, assistindo mais um dos programas que só me comprovam a mediocridade e insanidade do telespectador brasileiro; notei uma movimentação extraordinária no final da rua. Logo, como em todo lugar do Brasil, a movimentação, como uma epidemia, começou a se generalizar...e logo as pessoas do lanchonete e da rua, como um todo, estavam ficando em pé, agitadas, com seus olhares fixos em algo, tecendo fervorosos comentários. Cena típica de um gol sendo comemorado euforicamente. Mas, não era dia de jogo. Os passantes comemoravam outro jogo, e os dentes ferozes das pessoas na lanchonete riam de outro gol...
Era, na verdade, uma briga. De uma dessas gangues falidas de pit-boys de Brasília... vários homens se juntaram para surrarem um (sim, 1!) rapaz. Porque? Ninguém sabe. Também, pouco importa. É entretenimento gratuito. E ao vivo!! Primeiramente meus pensamentos se dirigiram ao seguinte: se as pessoas também não se importavam qual bendita (?) razão levou a mulher da TV, e seu colega zombativo, a uma praia particular estrangeira para comentar dos corpos das mulheres e dos homens, aperta-lhes e tapear-lhes as partes, fazendo aquele gesto digno de misericórdia do famoso (é...¬¬)''peitinho''....pois isso as entretia...obviamente eles não iam se preocupar com qual poderia ter sido a razão para que aquele sujeito estivesse sendo violentado... isso também os entretia.
Quando o garçom do estabelecimento (que também era caixa, e cozinheiro) nos explicou, (pasmem) com um sarcástico sorriso no rosto o que tinha se sucedido, eu (inocente, talvez)perguntei,prontamente: e ninguém chamou a ambulância?
Note que não pedi por policiais, afinal, sei bem o que são os fatores corrupção, ameaça e medo. Perguntei pela ambulância, preocupada com o bem da vítima. O garçom-caixa-cozinheiro riu-se e, virando a face, apenas disse "eu não...", dizendo ali tudo que eu precisava, mas não queria ouvir.
Passei o resto da noite, e do dia hoje, pensando não só no estado do rapaz, mas também na deturpação da mente desses agressores (os do rapaz, e os demais, da moral!)
Parece que as pessoas agora são ilhas, que ascendem ao passo que outra afunda, tornando da desgraça de outrem algo desejável...e mais: divertido! Mais um show para se assistir. "Aqui em Brasília é assim mesmo", justificavam eles. Não!Não é assim!Não é para isso que fomos criados.
Nenhum homem pode, ou deve, ser uma ilha. Somos seres políticos e sociáveis, no mais vasto conceito dessas palavras. Não podemos abaixar nossas cabeças para essas iniquidades que nos circundam. Se não podemos, ao menos, combater o mal, podemos e devemos procurar o bem. Chamar a ambulância para curar as feridas, sejam elas do corpo ou da alma. Devemos também ser a ambulância, ser os paramédicos..se não pelo belo sentimento autruísta de, simplesmente, fazer o bem; então porque todos nós podemos ser a vítima, a qualquer momento.
As pessoas tornaram-se indiferentes, revestidas dentro de suas carapaças cada vez mais plásticas e insensíveis. Tudo bem que algumas pessoas queiram tanto perder a naturalidade e as expressões que se plastificam cada vez mais, até terem rostos medonhos. Mas, a alma também????
Não é correto que o sofrimento do outro torne-se nossa diversão, ou que o medo congele nossa vontade de fazer o bem. Não podemos querer um mundo melhor para os nossos filhos se não movermos a pedra do caminho NÓS MESMOS. Chega de deixar o trabalho pro outro. Chega de se preocupar apenas conosco!
Vivemos numa época de moral e valores flexíveis, de total banalização da vida. A que ponto nós chegamos?
Não podemos deixar que a indiferença reine nas nossas vidas, e que pouco nos importe a vida e o sofrimento do nosso vizinho. Com isso, entendam, não quero pedir que vocês se tornem fofoqueiros e intrometidos de plantão, quero apenas fomentar qualquer vestígio de solideriedade, bondade e afetividade que ainda exista dentro de vocês...
Chamem a ambulância!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

A força da desistência

"Muitas das grandes realizações do mundo foram feitas por homens cansados e desanimados que continuaram trabalhando"

É, às vezes nos deparamos com coisas interessantes nos lugares mais improváveis... como por exemplo, o orkut. Mas, afinal, eu sou a última pessoa que pode falar de orkut..hahaha.
Como diz meu namorido, às vezes esses não-lugares virtuais tornam-se lugares, e lugares hospitaleiros!
Interessante como é verdade esta citação... ninguém muda nada quando está acomodado com a situação. Todas as mudanças que ocorreram foram feitas por homens que estavam cansados de lidar com aquela situação, para eles, errada...e resolveram ajeitar as coisas...
Mas esses homens não se deixaram abater pelo cansaço..que muitas vezes parece ser tão maior que nós. Continuaram lutando, apesar das adversidades e dificuldades...pois tinham um objetivo maior em mente.
Agora mesmo, estou tendo que me acostumar a ter noites livres, pois adversidades me afastaram daquilo que ocupava grande parte do meu dia, e minha noite toda... com esse tempo livre acabei tendo um tempo para refletir e introjetar muitas coisas..fazer uma viagem ao interior do meu interior..e acabei me deparando com as sujeiras que eu vinha jogando embaixo do tapete.
Vi como o meu mundo anda solitário, e eu não sentia a dor do corte apenas porque o sangue estava quente ainda...
Vi as dificuldades que tenho agora, e as que terei que, inevitavelmente, enfrentar sozinha daqui pra frente. E, principalmente, as novas dificuldades que surgirão devido a tudo que tem acontecido em minha vida.
Então, tenho duas opções: desistir de tudo, ou lutar para que as coisas mudem.
O que você acha que eu vou escolher?!
Lógico que o covarde vive mais, é muito mais fácil. Mas eu sou à moda antiga...
Prefiro morrer jovem na batalha.

sábado, 30 de maio de 2009

Château Brillant reabre ainda mais brilhante!

Cá estou eu: cansada, morta, queimada...mas FELIZ!!!!!!!!!!!!!!!Ontem foi a reabertura do Château Brillant, agora com novos parceiros, nova brigada, novos utensílios, e nova cara (muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito linda!) assinada pelo arquiteto Baô (acho que escreve assim, não sei. xD).
Em poucas palavras: minha primeira experiência na cozinha de verdade foi emocionante!A cozinha é mais quente do que se imagina, não na temperatura (que nem é tanto)...mas na emoção mesmo, sangue quente... tudo muito ágil, tudo muito programado, tudo muito corrido. Trabalho em equipe, sensação de euforia, de companherismo, de missão cumprida no final de tudo!!
É uma emoção que não há palavras para descrever..só vivendo mesmo. Quase tão indescritível quanto receber os elogios dos clientes, satisfeitos em todos os sentidos.
Entre as delícias servidas ontem, em abertura soft-opening (ou seja, nem todos os pratos descritos no cardápio estavam disponíveis, tendo em vista que era inauguração), estavam o clássico fillet chateaubriand e variados molhos com mousse de couve-flor ou gratin dauphinois e ainda pêra ao vinho, o magret de canard, casquinho de siri gratinado, truta às amêndoas, papillote de banana (feitos totalmente por mim:D), saladas, ostras, duo de tomates aux crevettes, etc.
Em suma, foi uma experiência única, engrandecedora e felicíssima...
Pois não só estive presente no momento da reabertura, mas em todo o processo que a precedeu... estive ainda no histórico do Château ainda fechado, antes da reformulação. Portanto, vi nascerem e crescerem sonhos e projetos, e por fim, vi a concretização de vários sonhos unidos em um só: o novo Château Brillant.

O restaurante está maravilhoso!
Como é boa essa sensação. :)