terça-feira, 22 de setembro de 2009

Olha a palhoça-ça

Ainda bem que este é um país livre, e que a Constituição Brasileira, em seu artigo 5, inc IV, me garante a liberdade de pensamento e expressão....

Pois é...eu acho que eu devia assumir minha vocação (forçada) de palhaça e vestir orgulhosamente meu vermelho nariz. Porque antes o nariz do que a cabeça...igual ao homem de cabeça vermelha - muito sério! - do Pequeno Príncipe.
Eu estou simplesmente farta dessa falta de respeito. Sinto-me uma palhaça! Faço uma universidade que me formará uma palhaça...faço Bacharelado em Palhaçadomia (e o domia, que lembra o sadô, foi uma feliz concidência..porque não deixa de ser verdade! Só se pode gostar de sofrer quem se submete a o que nós nos submetemos). Hoje passei a mais absurda vergonha e falta de respeito jamais vista numa universidade. O corpo discente, de uma forma mais generalizada, escolheu, sabiamente, adiantar o cronograma, tendo em vista que a cozinha ainda não está à disposição da universidade (aí temos 2 absurdos: como se abre um curso de gastronomia sem cozinha própria? e como essa licitação ainda não foi resolvida?). De qualquer maneira, acordou-se com a turma de adiantarmos cronogramas e esperarmos, então, o pronunciamento da coordenação quanto a cozinha. Ai, para minha infeliz surpresa, esquecem-se da prova!! Imagina! E não, não estou dizendo dos alunos - isso seria normal - digo do professor. E eu não estou reclamando das horas que fiquei estudando, não. Estou reclamando da falta de compromisso e organização desse curso como um todo, um sistema falho que coopera veementemente para que o aluno sempre se prejudique!
Não sendo suficiente que os professores dessa faculdade já se esquecam todos os dias de darem aulas construtivas, ao invés de ficarem se matando em fofocas inócuas, ainda se esquece da prova!!!! Ok, somos humanos, e erramos. Normal, normalíssimo. Mas eu acho que tenho total direito de encher o saco, porque só se erra nessa faculdade! Acertou quem disse que aquilo é uma fraude. Estou a um ano na universidade e ainda não aprendi nada de relevante, e isso porque eu não sou nem um pouco relaxada. Imagina se eu fosse uma aluna desleixada. Sinceramente, eu estou cansada dessa palhaçada no ensino público superior no Brasil. Será que é só o meu curso? Não é possível que todos os profissionais formados pelo ensino público superior brasileiro sejam assim, lacônicos! Fico impressionada a cada dia que se passa. É professor que decide não dar aula, é um outro que não dá um dia de aula e só passa seminários (atenção: eu não discordo dos seminários, adoro fazê-los..mas acho que eles são um método auxiliar didático, e não um método exclusivo, tampouco um escudo para ilicitude), um outro que só fala bobagem...meu Deus! Sinceramente, pra onde vamos assim?
Estou louca para que minha vida tome outros rumos, pois eu creio que não é só isso que uma universidade pode me oferecer. Eu quero mais! Eu quero tomar o mundo num gole só!
E melhor, quando eu vou expor minha indignação, baseada em meus direitos, eu ainda sou a grossa, a que precisa aprender a me expor, a egoísta... eu ainda sou humilhada e exposta a todos como um produto estragado de frigorífico, tendo meu discurso totalmente distorcido. Concordo PLLLLEENNAAAMENTE que uma vez que falamos nossa palavra está passível de interpretações várias, mas um dos erros mais recorrentes de interpretação é, digamos, ''super entender'' o texto, ou seja: dá-lhe mais significados do que lhe é devido. E isso não é a primeira vez que acontece na faculdade comigo. No fundo eu devo ser mesmo tudo isso que eles dizem que eu sou, porque não é possível que o mesmo erro se repita comigo 2x em menos de um ano! Eu devo ser a errada, só pode!!! Claro que ninguém está na minha cabeça para saber das minhas intenções ao falar, mas realmente fica difícil se fazer entender... não apenas pelo fato de eu estar, na oportunidade, totalmente afônica...mas pelo fato da viseira de pré-conceito que cega às pessoas ali... ou vc é do lado A ou do lado B, e em sendo de algum lado, prepare-se para a guerra.
E eu ainda sou a errada. Porque eu não tenho um discurso seguro que eu possa basear minhas programações nessa universidade, e eu me recuso a ficar admirando tudo, passiva. Porque ora se diz que não haverá exceções, ora se diz que tudo é maleável...ora se abraçam, ora se matam...ora se programam, ora se confundem. Sinceramente!
E eu ainda sou egoísta, quando estou imersa num local onde ninguém nunca pensa em mim, onde eu sei que não sou bem-vinda, por razões que até hoje não me parecem claras, e decido tomar uma atitude por mim. Quando estou cansada de servir de burro de carga e, sendo verdadeiramente burra, não sei agir. Fico estagnada com medo do julgamento alheio - que, sinceramente, eu nem acho que vá mudar muita coisa. Meu medo chegou a ponto de eu não querer desabafar no MEU grito do socorro (que aqui vos apresenta) porque eu sei que há olhos espreitando meus movimentos, procurando argumentos destrutivos. Sinceramente. Eu devo ser mesmo muito burra. Porque se não fosse eu já teria tomado outra atitude.
Em contrapartida, quando se toma uma atitude, vc ainda é humilhada feito um cachorro sarnento. Alias, os cachorros sarnentos da rural são super bem tratados em comparação aos alunos do meu fraudulento curso. E que decisão tomamos? Em que discurso nos apoiamos?
Diante disto tudo, eu apenas posso dizer:
Hoje tem espetáculo? Tem sim, senhoooooooooooooooooooooor.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O “M”.



M é décima terceira letra do alfabeto latino (de 26 letras), e a décima segunda do alfabeto português tradicional, de 23 letras. Na escrita hierática egípcia representava uma coruja, recebeu o nome de "mem" no alfabeto fenício, significava "água" e era representada a partir do hieróglifo egípcio das ondas do mar. Originou o "mi" dos gregos (Μ μ) e o nosso M. Mas pra mim, o “M” é, simplesmente, a letra mais linda do Mundo...de todas as letras, o “M” é a que eu gosto mais. Com “M” meu MESSIAS, que é MAOR (Criador da Luz), criou o homem e mandou que se lhe retirassem massas , e criou a mulher , certificando-me, então, que Ele é ao mesmo tempo MALAH BRIT (O Anjo da Aliança), Al Muhyi (o Doador da Vida) e Al Mubdi’ (O que Dá Origem; O Produtor; O Originador e Iniciador de Tudo). Com “M” o primeiro homem, em inglês MAN , nomeou muitas criaturas, entre elas o que um homem que não conhecia a máquina de barbear disse ser nosso primo, o macaco – o que deu a maior macacada !
Com “M” eu floresço a vida com mabóia, macieira, macacaúba, macaba e maçarandiba. Com “M” eu fico magra e, contraditoriamente, com “M” eu como a macarronada da mamãe, mouse, macaxeira – que alguns teimam em chamar de aipim! - maracujá, mamão, manga (ai que deleite!), morango...maçã... e aí eu tenho maçã do rosto, maçã do peito...e adicionando muito açúcar eu tenho maçã do amor. Com “M” eu me visto de macacão , e meu namorado adora! E com “M” eu faço massagem nele...
Com “M” eu abro todas as portas, pelas suas maçanetas . Eu me maqueio e vou à manicure . Com “M” eu sei de Machado de Assis, e de Manuel Bandeira...e assim eu sei mais da vida! E é com “M” que eu rio com Mafalda. Com “M” eu nomeio as coisas como minhas , e isso é gostoso, quando verdadeiro! Com “M” eu sou mais brasileira: sou, ao mesmo tempo, matipu, maculelê, maranhense e mulher! Com “M” eu edifico, graças à madeira ...e eu também mudo! Mudo, miro, mexo, molho ... com “M” eu construo! Com “M” eu viajo, sou marinheiro e sou o mar . Com “M”eu falo do maior amor, falo da mãe . Com “M” eu vejo a cidade adormecer, eu falo da madrugada . Com “M” eu sou maestro , e sou a música . Com “M” eu faço um mafuá , e é uma delícia! Com “M” eu transformo a vida em mágica , e deixo tudo mais maleável . Faço malabarismos , e deixo tudo maravilhosamente lúdico. Com “M” eu entendo mais profundamente, com “M” de magistério . Com “M” eu sei dos Maias, e da maiêutica.
Com “M”, “M” de magnetismo incontrolável entre dois corpos, eu me aqueço, com “M” de magma . Com “M” eu canto Magnificat e, assim, louvo o magnífico Al Majid (O Nobre; O Magnificente). Com “M” eu sou mais ! Sou maior, sou maioria, sou multi – coisa que eu adoro, e tenho que, ser!Com “M” eu visto maiô, e a manga da blusa. Com “M” eu tenho o mais que perfeito: que pode ser um tempo, ou uma qualidade – depende do ponto de vista. Com “M” eu sou chique! Sou Maître-d’Hotel, sou majestade, sou major. Com “M” eu tenho a malemolência do malando, e dignidade magistral. Com “M” eu me meto em coisas sérias, que depois eu devo honrar em manter, como um ministério. Eu meço distâncias, em metro ou em milímetro – e quando se trata de distância+saudade, eu prefiro que seja em mm
mesmo! Parte superior do formulário
Com “M” eu falo de profissões que, se não existissem, estaríamos em maus (e desse “M” eu não gosto) lençóis: mecânico e médico. Com “M” eu tenho money , que não trás felicidade, mas – inexoravelmente – é um mau necessário. Com “M” sou solidária, e faço um mutirão. Com “M” eu falo do que há de melhor nesse mundo, eu falo de gente, falo de multidão . Com “M” eu tenho mãos que constroem, que ajudam, que edificam, que acariciam.
E, principalmente, com “M”, eu falo do meu “mamolado” . Eu falo do Marcos , meu mar aberto, meu presente maravilhoso, meu manhoso preferido, a pessoa mais meiga, minha doce memória, aquele responsável pelos meus melhores momentos, meu mágico, meu mistério, meu monumento. Com “M” eu melhoro meu futuro, porque eu vejo a Mel, o Marquinhos e Maria Carolina – todos devidamente nomeados de Mesquita de Andrade (não no caso da Mel, que será Soares Mesquita de Andrade, porque a cacofonia seria muito feia...). Com “M” eu falo do Marcos: meu marido.