sábado, 30 de maio de 2009

Château Brillant reabre ainda mais brilhante!

Cá estou eu: cansada, morta, queimada...mas FELIZ!!!!!!!!!!!!!!!Ontem foi a reabertura do Château Brillant, agora com novos parceiros, nova brigada, novos utensílios, e nova cara (muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito linda!) assinada pelo arquiteto Baô (acho que escreve assim, não sei. xD).
Em poucas palavras: minha primeira experiência na cozinha de verdade foi emocionante!A cozinha é mais quente do que se imagina, não na temperatura (que nem é tanto)...mas na emoção mesmo, sangue quente... tudo muito ágil, tudo muito programado, tudo muito corrido. Trabalho em equipe, sensação de euforia, de companherismo, de missão cumprida no final de tudo!!
É uma emoção que não há palavras para descrever..só vivendo mesmo. Quase tão indescritível quanto receber os elogios dos clientes, satisfeitos em todos os sentidos.
Entre as delícias servidas ontem, em abertura soft-opening (ou seja, nem todos os pratos descritos no cardápio estavam disponíveis, tendo em vista que era inauguração), estavam o clássico fillet chateaubriand e variados molhos com mousse de couve-flor ou gratin dauphinois e ainda pêra ao vinho, o magret de canard, casquinho de siri gratinado, truta às amêndoas, papillote de banana (feitos totalmente por mim:D), saladas, ostras, duo de tomates aux crevettes, etc.
Em suma, foi uma experiência única, engrandecedora e felicíssima...
Pois não só estive presente no momento da reabertura, mas em todo o processo que a precedeu... estive ainda no histórico do Château ainda fechado, antes da reformulação. Portanto, vi nascerem e crescerem sonhos e projetos, e por fim, vi a concretização de vários sonhos unidos em um só: o novo Château Brillant.

O restaurante está maravilhoso!
Como é boa essa sensação. :)

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Apenas uma reflexão alheia sobre o que (não) é o amor...



Já falou-se tanto em amor,amizade e paixão... Que tal falarmos do que não é AMOR?

Se você precisa de alguém para ser feliz, isso não é amor.
É CARÊNCIA

Se você tem ciúme, insegurança e faz qualquer coisa paraconservar alguém ao seu lado, mesmo sabendo que não é amado, e ainda diz que confia nessa pessoa, mas não nos outros, que lhe parecem todos rivais, isso não é amor.
É FALTA DE AMOR PRÓPRIO

Se você acredita que "ruim com ela, pior sem ela ",e sua vida fica vazia sem essa pessoa; não conseguese imaginar sozinho e mantém um relacionamento que jáacabou só porque não tem vida própria um existe em função do outro , isso não é amor.
É DEPENDÊNCIA

Se você acha que o ser amado lhe pertence; sente-se dono e senhor de sua vida e de seu corpo; não lhe dá o direito de se expressar, de ter escolhas, só para afirmar seu domínio, isso não é amor.
É EGOÍSMO

Se você não sente desejo; não se realiza sexualmente;prefere nem ter relações sexuais com essa pessoa, porém sente algum prazer em estar ao lado dela,isso não é amor.
É AMIZADE

Se vocês discutem por qualquer motivo; morrem de ciúmes um do outro e brigam por qualquer coisa; nem sempre fazem os mesmos planos; discordam em diversas situações; não gostam de fazer as mesmas coisas ou ir aos mesmos lugares, mas sexualmente combinam perfeitamente, isso não é amor.
É DESEJO

Se seu coração palpita mais forte; o suor torna-se intenso;sua temperatura sobe e desce vertiginosamente, apenas em pensar na outra pessoa, isso não é amor.
É PAIXÃO

Agora, sabendo o que não é amor, fica mais fácil analisar,verificar o que está acontecendo e procurar resolver a situação.Ou se programar para atrair alguém por quem sinta carinho e desejo; que sinta o mesmo por você, para que possam construir um relacionamento equilibrado no qual haja,aí sim, o verdadeiro e eterno amor.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Novo Château Brillant participa do Restaurante Week.




Olá queridos,
Sim, eu ainda vivo (se é que alguém ainda passa aqui... xD)
Ontem a equipe do Château Brillant (nas pessoas da própria Chef Meiga e seu marido, Armando Puglisi, que veio a abrilhantar e inovar a composição château, e eu, que não sou nada mas tive a honra de ser chamada..ehehehe) esteve presente na belíssima festa de premiação dos melhores do ano da veja - Veja Comer & Beber 2009 - realizada no Arcádia da Livraria Cultura (que lugar LINDO! um lugar belo por natureza, que praticamente não precisa de decoração, e ainda agraciado com uma romântica vista para o rio, que me deu saudades de não-preciso-dizer-quem..ehehehe...- te amo,amor:D).
Considerei os prêmios, de uma forma geral, consoantes a realidade contemporânea.
Na premiação notei o quanto Platão estava certo...quanto mais conhecemos, mais devemos conhecer... nada sabemos!! Muitos dos premiados eu não conhecia, o que me envergonhou grandemente..como posso ser ''colega'' de profissão deles, e nem ao menos conhecer seus trabalhos?! Tenho que me tornar mais itinerante... Preciso de tempo,e tempooo. ;p

Bem, de qualquer maneira, este não é o objetivo do post. Quero mesmo é exibir as fotos, devidamente roubadas do blog de Armando (http://www.tastefood.wordpress.com/) dos pratos com que o Château, orgulhosamente, participará do internacionalmente conhecido festival gastronômico "Restaurante Week". Este festival constitui-se em menus fechados (entrada, principal e sobremesa) por R$ 37,00 no almoço e R$ 41 no jantar, todavia, o querido Château oferecerá apenas o jantar, com todo o requinte, sabor e saúde que é de direito do cliente, e dever de um restaurante de verdade. Os sucessos servidos serão:
  • Crepe panequette de champignons ao Porto e molho de champignons
  • Filé de truta às amêndoas, camarões e crustáceos em seu molho e bouquetier de legumes.
  • Trilogia de mousses ao chocolate

sábado, 16 de maio de 2009

Trying to fit in

Sabe, eu até que tentei pesquisar algum texto deveras científico ou, no mínimo, de alguém mais gabaritado do que eu, que pudesse me explicar porque diabos quando uma pessoa está falando com outra rouca ela baixa o tom da voz também!!!!!!!Passando a semana rouca da forma que estou (praticamente numa linguaguem de surdo-mudo, pois estou agora num nível crítico tal que exprimo apenas alguns sopros, que, juntamente aos meus muitos gestos, constituem um signo para o ouvinte...algo muito pior que a comunicação de Fabiano...talvez até a própria Baleia comunique-se melhor que eu agora..ahahahaha), notei que TODAS (sem exceções!) as pessoas com quem "conversei" abaixaram o tom da voz...algumas chegando a sussurar mesmo. Tudo bem, nas primeiras pessoas que assim o fizeram, eu bem que achei que fosse pelo bel prazer de tirar onda da minha cara...mas depois que vi o fato se generalizando, cheguei a conclusão que é IMPOSSÍVEL que TODAS as pessoas achem a mesma coisa tão engraçado assim a ponto de fazê-la repetidamente... Tudo bem, existe ainda a opção na qual eu considere que as pessoas com as quais eu converso não sejam tão criativas assim(hahahaha, péssima opção!)Mas sério, TODAS as pessoas abaixaram o tom de voz, ou mesmo cochicharam..mesmo que não tenham continuado a fazê-lo (na maioria dos casos), mas o fizeram, entendem?Portanto, chego a uma conclusão sociológica (apesar de achar que a melhor resposta, para tudo, sempre é bio-sociológica..se isso existe. xD)Acredito que as pessoas, realmente, tentam se inserir no contexto ante ela. Portanto, ao se depararem com uma pessoa que está falando de um determinado jeito, elas, inconsciente e automaticamente, tentam adaptar-se àquele tom de fala.E biologicamente falando, há sim uma explicação (por isso considero a biologia e a sociologia ciências concomitantes, e não paralelas)...Na verdade, existe no cérebro humano uma célula responsável por tal fato, acredito eu. O neurônio espelho (ou célula espelho),descoberto por acaso em 1994 na Universidade de Parma, Itália, pelos neurocientistas Giacomo Rizzolatti, Leonardo Fogassi e Vittorio Gallese,é um neurônio que dispara tanto quando um animal realiza um determinado ato, como quando observa outro animal (normalmente da mesma espécie) a fazer o mesmo ato. Desta forma, o neurônio imita o comportamento de outro animal como se estivesse ele próprio a realizar essa ação. Nos humanos, pode ser observada atividade cerebral consistente com a presença de neurônios espelho no córtex pré-motor e no lobo parietal inferior. Alguns cientistas consideram este tipo de células uma das descobertas mais importantes da neurociência da última década, acreditando que estas possam ser de importância crucial na imitação e aquisição da linguagem. No entanto, apesar de este ser um tema popular, até à data nenhum modelo computacional ou neural plausível foi proposto como forma de descrever como é que a atividade dos neurônios espelho suportam atividades cognitivas como a imitação. Ou seja, eles constataram que a simples observação de ações alheias ativava as mesmas regiões do cérebro dos observadores normalmente estimuladas durante a ação do próprio indivíduo. Ao que tudo indica, nossa percepção visual inicia uma espécie de simulação ou duplicação interna dos atos de outros.

É...Vai entender, homem é bicho estranho.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Poesia sem voz.

E é inútil procurar encurtar caminho e querer começar já sabendo que a voz diz pouco, já começando por ser despessoal. Pois existe a trajetória, e a trajetória não é apenas um modo de ir. A trajetória somos nós mesmos. Em matéria de viver, nunca se pode chegar antes. A via-crucis não é um descaminho, é a passagem única, não se chega senão através dela e com ela. A insistência é o nosso esforço, a desistência é o prêmio. A este só se chega quando se experimentou o poder de construir, e, apesar do gosto de poder, prefere-se a desistência. A desistência tem que ser uma escolha. Desistir é a escolha mais sagrada de uma vida. Desistir é o verdadeiro instante humano. E só esta, é a glória própria de minha condição. A desistência é uma revelação. [Clarice Lispector]


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Em estando completa e misteriosamente afônica, não poderia fazer um post sobre outra coisa. Falta-me voz e vez em muita coisa, falta-me fala em outras oportunidades, e sobra-me gritos em outras...Mas não é sobre nada disso que eu quero falar. Apesar de alguns médicos malucões atribuirem minha subita mudez forçada à extresse (eu tinha, inclusive, uma amiga adepta dessas modas de ser a naturalistas-praticamente-virando-vegetal, que dizia que dor de garganta era causada por algo que você queria dizer e não disse..bem, piscologismos e alquimias à parte...), eu prefiro simplesmente pensar que é mais uma das minhas muitas doenças misteriosas. Talvez eu estivesse precisando me calar um pouco, afastar-me um pouco do cenário global e analisar a situação de fora. Quem está de fora sempre vê melhor,certo? De qualquer maneira, a voz não me faz lá tanta falta... a voz, de fato, diz tão pouco. Principalmente num momento como esse, que não há ninguém para ouvir, e quando a "trajetória" supracitada percorrida pela minha voz era demasiadamente longa entre o coração, o pensamento e a boca para, no final, dar errado de qualquer maneira... Afinal, pedra e palavra lançada nunca retornam ao lugar. Cada palavra que dizemos está totalmente passível de interpretações diversas, sendo estas totalmente idiossincráticas.
É até bom poder (forçadamente, devo convir) calar-me um pouco e viver este momento mais introspectivo, absorvendo as informações bombardeadas na minha, nas nossas vidas diariamente. Acabei percebendo que quando me calo, ouço duas vezes mais (detalhadamente). Desmonto-me de pré----conceitos formados, que muitas vezes acreditava nem ter. Descubro novas faces (ocultas?!) das mesmas velhas pessoas, e descubro os mesmos velhos sentimentos novamente renovados. Respeitando a morfologia humana, temos dois ouvidos e apenas uma boca, portanto, deveríamos escutar mais do que falar. Todavia, sabemos bem, não é bem assim que os fatos se procedem... Deste modo, quando me vejo obrigada a respeitar esta anatomia começo a me questionar se não deveria adotar isto mais profunda e frequentemente em minha vida...ou se seria melhor simplesmente continuar mascarando as coisas com rajadas de palavras.

Inclusive, ao viver este momento introspectivo forçado, acabo deparando-me com o mesmo dilema de sempre: gastronomia ou jornalismo? Diversos pensamentos passaram pela minha cabeça, especialmente após alguns fatos presenciados hoje que muito me trouxeram desgosto não pela gastronomia, mas pelas pessoas que trabalham nela. Cheguei, inclusive, a decidir pela mais difícil e, segundo a imortal Lispector, mais sagrada das escolhas que possivelmente enfrentaremos em nossas vidas: a desistência. Seria gastronomia um descaminho, Lispector? Veio-me, então, uma "revelação lispectoriana" e cheguei a conclusão que desistir sim era o descaminho, e que ambas as escolhas poderiam andar de mãos dadas, co-existindo, fingindo que não são conflitantes em termos tantos... Farei o vestibular novamente este ano. Com certeza não passarei em 3º lugar novamente, ainda mais com essa abrupta mudança nesta ridícula prova (de mediocridade..ops, de ensino mérdio...ops, médio!). De qualquer maneira, tenho minhas provas, meus seminários, projetos, eventos, compromissos e ainda por cima o trabalho de mil horas por dia...portanto, não terei tanto tempo para dedicar-me aos estudos retrocedentes...todavia, tentarei. À título de curiosidade, suponho. Ano passado, ao saber da baixíssima média de jornalismo, automaticamente meus olhos encheram-se de lágrimas, e minha alma de vergonha. Quanto medo existe em minha alma? Medo tanto que me fez preferir a não-tentativa ao fracasso. Tenho, portanto, que transpor essa barreira interna e, nem que seja apenas para ver que eu estava certa e incapaz, simplesmente T E N T A R.

Planos são planos, vontades são vontades.

De qualquer maneira, desejo-lhes uma boa noite (na verdade já é dia...) do fundo de minha (medrosa) alma, visto que a boca não conseguirá exprimir mais que uns gemidos incompreensíveis...

Maldita rouquidão inexplicável.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Falta mais que se lhe ponha

Gregório de Matos
Epílogos
Que falta nesta cidade?................Verdade
Que mais por sua desonra?...........Honra
Falta mais que se lhe ponha..........Vergonha.
O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
numa cidade, onde falta
Verdade, Honra, Vergonha.
Quem a pôs neste socrócio?..........Negócio
Quem causa tal perdição?.............Ambição
E o maior desta loucura?...............Usura.
Notável desventura
de um povo néscio, e sandeu,
que não sabe, que o perdeu
Negócio, Ambição, Usura.
Quais são os seus doces objetos?....Pretos
Tem outros bens mais maciços?.....Mestiços
Quais destes lhe são mais gratos?...Mulatos.
Dou ao demo os insensatos,
dou ao demo a gente asnal,
que estima por cabedal
Pretos, Mestiços, Mulatos.
Quem faz os círios mesquinhos?...Meirinhos
Quem faz as farinhas tardas?.........Guardas
Quem as tem nos aposentos?.........Sargentos.
Os círios lá vêm aos centos,
e a terra fica esfaimando,
porque os vão atravessando
Meirinhos, Guardas, Sargentos.
E que justiça a resguarda?.............Bastarda
É grátis distribuída?......................Vendida
Que tem, que a todos assusta?.......Injusta.
Valha-nos Deus, o que custa,
o que El-Rei nos dá de graça,
que anda a justiça na praça
Bastarda, Vendida, Injusta.
Que vai pela clerezia?..................Simonia
E pelos membros da Igreja?..........Inveja
Cuidei, que mais se lhe punha?.....Unha.
Sazonada caramunha!
enfim que na Santa Sé
o que se pratica, é
Simonia, Inveja, Unha.
E nos frades há manqueiras?.........Freiras
Em que ocupam os serões?............Sermões
Não se ocupam em disputas?.........Putas.
Com palavras dissolutas
me concluís na verdade,
que as lidas todas de um Frade
são Freiras, Sermões, e Putas.
O açúcar já se acabou?..................Baixou
E o dinheiro se extinguiu?.............Subiu
Logo já convalesceu?.....................Morreu.
À Bahia aconteceu
o que a um doente acontece,
cai na cama, o mal lhe cresce,
Baixou, Subiu, e Morreu.
A Câmara não acode?...................Não pode
Pois não tem todo o poder?...........Não quer
É que o governo a convence?........Não vence.
Que haverá que tal pense,
que uma Câmara tão nobre
por ver-se mísera, e pobre
Não pode, não quer, não vence.
* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

Hoje deparei-me com os mais diversos tipos de "falta de respeito". Bem, primeiramente, para saber quando não se tem, deve-se saber o que é. RESPEITO, segundo o dicionário latino-português, a palavra “respeito” (lat. respectus, us) significa: olhar para trás, o refúgio, a atenção, reflexão sobre si mesmo. Silveira Bueno complementa que pode ser também relação, importância, temor. Os antigos filósofos resumem o significado de respeito no olhar para o outro.
Temos, muitas vezes, um pensamento bitolado quanto ao que significa respeito, e a falta dele, não enxergando as diversas formas que a falta de respeito pode apresentar-se. Na faculdade já vivi os mais impensáveis tipos de falta de respeito, de professores, colegas, desconhecidos, etc. Parece mais um tiro-ao-alvo, sem destinatário, gratuito e sem fundamento. Sinto que na sociedade de hoje temos que andar como cavaleiros medievais, armados e protegidos contra as lanças da falta de respeito, sempre prontas a arrancar os corações que ainda ousam pulsar nos peitos dos desprevinidos e românticos (no sentido mais amplo da palavra).
Qual o respeito que um funcionário público que, teoricamente, está empregado para servir ao público e tentar, ao máximo que for possível, otimizar este atendimento, tentando resolver o problema que o outro traz, sendo isto o que seu emprego determina; demonstra quando torna-se totalmente imprestável e indiferente para com o problema alheio? Hoje passei quase 2 horas no Detran tentando esclarecer um débito indevido deles para comigo, o que já tinha me gerado bons momentos de estresse e exemplificação de falta de respeito e tb de profissionalismo na auto-escola.. bem, de qualquer maneira, após as duas horas de estresse, sem conseguir resolver nada, eu decidi que meus cabelos brancos não valiam aquele preço, e resolvi desistir. Mas fiz errado, e tenho consciência. Sei que o valor era pouco, mas eles devem aprender que não pode-se cobrar um centavo que seja quando esta não é uma cobrança devida!Devia ter ido até o final, colocado-os na justiça se necessário. Este é o problema dos brasileiros, nos quais eu me incluo, desistimos. Uns nem chegam a tentar. Outros, como eu, desistem porque sabem que os que nem chegam a tentar são EXATAMENTE aquelas pessoas que estão do outro lado da mesa, fingindo que lhe atendem. Bem, depois de ter sido feita de palhaça pelas duas horas a fio, fui a faculdade.
Chegando lá, deparei-me com mais falta de respeito. Eu havia realizado (como SEMPRE) o trabalho, teoricamente em grupo, toda sozinha...e eu apenas peço coisas triviais como: imprima o trabalho que eu fiz, leve o pen drive com os slides que eu preparei..mas ng pode fazer isso! não!
então vai eu louca atrás de como eu poderia arranjar os slides para a apresentação daquele dia. Com o grupo desfalcado, por motivos de saúde, apresentamos o trabalho. Logo após, fomos tentar negociar qualquer coisa sobre um evento que, teoricamente, TODA a sala deveria organizar.. e apenas eu me movimento, lógico, porque quem tem besta não anda a cavalo.
Bem, quando eu, novamente, fui fazer um dos meus triviais pedidos (no caso, era apenas o nome do evento, já que eu precisava colocá-lo nos muitos ofícios que já tinha feito), levei o maior fora de todos os tempos da pessoa que menos esperava. Esta pessoa teve a capacidade de dizer que não planejou um nome porque estava ocupada com os trabalhos e provas da faculdade, esquecendo-se, talvez, que eu faço a mesma faculdade que ela, tenho as mesmas provas, faço todos os trabalhos sozinha (aliás, grande parte dos trabalhos em grupo esta pessoa fazia parte do meu grupo e, portanto, só fazia mamar...), e ainda trabalho de 18 às 4h da manhã todos os dias.
Isso magoou-me de uma forma que acho que não considero que possa expressar.
Estou tão cansada de tenta falta de respeito, de todos os lados.
Seja dos funcionários que deveriam melhorar nossa vida, dos colegas que deveriam trabalhar em conjunto conosco, dos professores que deveriam preocupar-se em passar-nos assuntos de qualidade...enfim!
Nunca vi tanta falta de respeito reunida num só dia, é muita má educação para este curto espaço de tempo.
Porque existe essa péssima mania de considerar que o outro, para você, é problema dele, e que você não tem nada que cooperar ou ajudar?Porque existe essa mania de se escorar nos outros, sem o mínimo de consciência ou sentimento de culpa? Ou mesmo gratidão!?
Porque não se consegue, hoje em dia, colocar-se no lugar do outro por um mero momento que seja? Pensar nas consequencias dos nossos atos e principalmente das palavras, afinal, pedra e palavras lançadas nunca mais retornam! Não consigo entender essa mente humana, confusa e obscura demais para que eu consiga adentrar. Sinceramente, não penso assim. Não considero que tenha feito isso que sofri hoje com alguém, e se por acaso o fiz, peço as mais singelas e sinceras desculpas. Não desejo esse estresse para o meu pior inimigo (como se o tivesse...)
Realmente, começo a pensar de que planeta eu vim. Não consigo ficar com raiva das pessoas que me maltrataram tanto hoje, não consigo minimamente defender-me dessas pedras lançadas, não no mesmo tom. Não considero que seja o que algumas pessoas dizem de se ''rebaixar'', estou no mesmo patamar que todos. Simplesmente não sei o que falar para uma pessoas que é capaz de tratar a um igual com tamanho desdém.
Que seria de mim sem esse grito de defesa que este blog representa?!
É...
Gregório de Matos é que estava certo...
Falta mais que se lhe ponha!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Quem faz ALGOMAIS por Pernambuco.

Hoje fiz uma troca interessante. Se normalmente me cubro de estresse, deixei-o de lado e hoje me cobri de strass. Cheguei não faz muito tempo do evento de premiação de ''quem faz ALGOMAIS por Pernambuco'', oferecido pela revista ALGOMAIS, com apoio do Banco Gerador, Nordeste Segurança e ASA Indústria; buffet assinado pela chef Rafaela Suassuna (Porto Fino), realizado na concessionária Rota Premium. Segundo a diretoria da revista, a intenção era inovar, razão pela qual o evento foi realizado na concessionária de carros importados e não em casas de festa tradicionais, e também razão pela qual o prêmio teve seu material modificado, para ficar mais leve. O prêmio, como nos demais anos, foi assinado pela renomada designer de jóias Clementina Duarte. Este ano foram premiadas assumidades nas mais diversas áreas (política, comércio e serviços, cultura, construção civil, indústra e responsabilidade social). As celebridades premiadas, aquelas que fazem ALGOMAIS por Pernambuco, foram: o governador Eduardo Campos, João Carlos Paes Mendonça (JCPM), Naná Vasconcelos, Antônio Queiroz Galvão, Raymundo da Fonte e Conceição Moura. Os prêmios foram entregues por personalidades tão significantes quanto, como o prefeito da cidade do Recife, o sr. João da Costa; o presidente da Nordeste Segurança, etc. O evento teve uma duração agradável, não sendo prolixo demais. A ambientação estava de belíssimo gosto, sendo realizada a festa em estilo coquetel mesmo.
Achei interessante o fato de grande parte da decoração ter sido feita com exemplares da própria revista ALGOMAIS.
O Buffet,por sua parte, não deixou a desejar. Servindo canapés em queijo, pequenas porções individuais de camarão à abóbora, camarões empanados, salada de faisão e batata doce, raviole de carne, além de bebidas diversas...e, claro, como não poderia deixar de ser, bolo de rolo com sorvete. Dos pratos mais comuns aos mais diferenciados, a apresentação e o gosto estavam maravilhosos.
Sim, claro, agora a pergunta que não quer calar: o que fazia eu em meio a tantas assumidades pernambucanas? Simples, a revista ALGOMAIS convidou os 16 principais chefs de Pernambuco (Alexandre Faeirstein do Kojima, Claudemir Barros do Wiella, André Saburó do Quina do Futuro, Domingos Farias do Domingos - em Porto de Galinhas -, Rafaela Suassuna do Buffet Porto Fino, Thiago Freitas do Verdicchio, Duca Lapenda do Pomodoro, Ivalmir Barbosa do Senac-PE, Izabel Dias da Casa dos Frios, Joca Pontes do Villa, Ponte Nova e La Plage, Masayoshi Matsumoto do Sushi Yoshi, Hugo Prouvot do Bistrot Club du Vin, Uilton Gama do Chez Wiet, César Santos da Oficina do Sabor, André Falcão que dá, atualmente, consultorias, e, CLARO, a Chef Meiga Von Liebig do Château Brillant.) para escolherem, cada um, o prato que, para eles, representa Pernambuco, já que a temática do prêmio ''Quem faz ALGOMAIS por Pernambuco/2009" é Gastronomia, fato que se justifica, segundo a revista, porque este é um segmento que vem crescendo numa média de 12% ao ano no estado, fazendo, portanto, Pernambuco o terceiro pólo gastronômico do país. Também é importante lembrar que a gastronomia traz um movimento turístico significante ao estado, e estimula novos negócios (como a criação de cursos, eventos, festivais, abertura de casas gourmets, etc). O prato escolhido pela maioria foi o Bolo de rolo, tombado ano passado como patrimônio cultural e imaterial de Pernambuco. Este bolo é descendente do bolo ''colchão de noiva'' de Portugal, que era feito com avelã, amêndoas, etc. Da substituição deste por materiais mais facilmente encontrados em solo brasileiro (como a goibada) nasceu o bolo de rolo (na verdade, esta assimilação também deu origem a infindas outras preparações pernambucanas).
Outros pratos como o cozido, a carne de sol, o bode, a agulha branca, a cartola, o bolo souza leão, o cabrito, a tapioca, a peixada pernambucana, o arrumadinho, a macaxeira, a galinha cabidela e a fritada de aratu não deixaram de ter seu lugar na representação dos chefs, e claro, no coração dos pernambucanos.
Paralelamente a premiação da revista ALGOMAIS, ocorria o lançamento da coleção outono/inverno da gride Valentina, no Château Brillant... ou seja, a chef Meiga e eu estávamos realizando dois eventos ao mesmo tempo...hehehe..onipresença na gastronomia. ;p
Este evento também foi um sucesso, para a felicidade geral da nação...hehehe.
Fui ainda, a tarde, para a mais que merecida comemoração dos 70 anos do livro açúcar, de Gilberto Freyre. Este foi o primeiro livro que li ao entrar na faculdade de Gastronomia, e sinto que cada vez que eu o ler, aprenderei algo novo. Bem, se não fosse assim, não seria Gilberto Freyre! O livro é maravilhoso e capta, como ninguém, a alma e a essência da culinária pernambucana, não apenas enfatizando e enfocando as receitas, mas também, e principalmente, a gastronomia como a expressão máxima de cultura, uma consequencia cultural fortíssima, sendo resultado de assimilações culturais diferentes e passadas ao longo da história. Quem não leu este doce livro, recomendo sua leitura imediata. O evento contou com a sempre brilhante e satisfatória presença de Maria Letícia Cavalcanti. Sempre impressiono-me com as palestras dela.
Antes de ontem (terça, 05/05) foi a vez de participar do SEPEHTUR (I seminário pernambucano de hospitalidade e turismo), realizado no Cecon (centro de convenções), que contou com a participação de Sílvio Costa Filho e Prof. Dr. Luiz Gonzaga Godoi Trigo (USP), além da apresentação de um famoso ballet afro do Recife, que recepcionou aos presentes com beleza, cultura e entretenimento.
A palestra do Prof. Trigo foi maravilhosa. Entre tantas outras coisas interessantes que ele disse, algo me chamou a atenção profundamente: os luxos contemporâneos são silêncio, tempo, calma e espaço. Você já parou para pensar quão simples são esses ditos luxos? Contudo, quando foi a última vez que você pôde contar com algum deles, ou mesmo (e mais difícil ainda) com todos eles reunidos? Enfatizo para o nome dado a este conjunto de fatores: L U X O. Não é mais, necessariamente, luxo, travesseiros de pluma de ganso, ouro nas paredes, prataria, hidromassagem, etc. O luxo procurado hoje em dia é, nada mais, que tempo, calma, etc.
Então a experiência diferenciada procurada pelo viajante, dada pelos parâmetros culturais do "Brasil Real'', como diria Suassuna, dá-se pelo simples e merecido descanso!
Lógico que se, juntamente a este luxo, o supracitado vier agregado, será mais valioso ainda para o cliente... mas se não, isto não se constitui necessariamente em um problema: as pessoas querem apenas tempo. Que incrível. Que mundo (ponto final)!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Fixing Day

Incrível como nossa felicidade é algo assim...efêmero, frágil e insignificante...
Há 20 min atrás eu tinha uma idéia para postar totalmente diferente da que tenho agora, e tudo isso se deve a, literalmente, um minúsculo elo rompido.
Considero que hoje foi um dia para consertar as coisas, mesmo que eu não tenha programado-o para ser assim. Meu dia começou ''consertando'' as coisas logo cedo, quando fui para a auto-escola e deparei-me com péssimos exemplos de trabalhadores, contudo, exemplos perfeitos de irresponsabilidade, lerdeza e descaso. Depois de muito estresse, vi que não adiantava consertar as coisas tentando conversar ou mesmo reclamando, aquelas pessoas serão sempre daquela forma: lerdas e tacanhas.
De lá, fui para a psicóloga, tentar consertar minha cabeça..se é que isso tem conserto. Bem, como de praxe, ela chegou atrasada, me atrasando para minha faculdade. Nela, comentei de como todas as reponsabilidades, que são minhas e que não são também, sempre acabam caindo sobre mim, como se eu fosse algum tipo de faxineira do mundo.
Então fui pegar o ônibus para minha faculdade. Na minha cabeça ingênua o "Sítio dos pintos/imip'' demoraria menos que o lendário ''candeias/dois irmãos (Cdu)'', que demora 2h pra chegar na minha faculdade e 1 h pra passar na minha casa... bem, passei 1:40h esperando o bendito sítio dos pintos e NADA aconteceu... irritada, com MIL coisas para fazer e estressada, desisti de ir para faculdade e fui para casa.
Pela primeira vez em 2 meses, almocei em casa, tomei banho no meio da tarde e sentei no meio da tarde também para usar o computador..ok, foi para fazer trabalho em grupo que só eu trabalho, mas isso já não me incomoda mais.
De qualquer maneira, 15h eu já estava na rua novamente para, de fato, efetivar meu dia de conserto geral.
Logo na saída deixei 3 sapatos e 1 bolsa no conserto, daí peguei o ônibus e fui para o fórum Tomás de Aquino tentar resolver a questão da impunidade vivida até então pelo sujeito que atropelou a mim e ao meu namorado ano passado... como se a justiça no Brasil tivesse conserto.
De lá, fui soldar um colar LINDO que era de vovó, que ela usou nos 15 anos de mainha, mainha usou nos meus 15 anos e a minha querida irmã pegou um dia escondido, quebrou-o e escondido o manteve. Mas, amanhã tenho uma premiação importantíssima e em junho um casamento, por isso precisava consertar aquele colar. O homem, ao ver o colar, tremeu nas bases de errar algo e interferir na beleza do colar (quantas vezes não fazemos isto ante um desafio inusitado!?), mas no final, ele me alegrou de uma forma que eu nem consigo explicar: ele consertou o colar de vovó.
Corri então para o outro lado da rua, para consertar meu óculos de sol que estava frouxo. Com o pagamento além do que eu previa para o colar, fiquei sem dinheiro para encher meu v.e.m. , então corri no trabalho da minha mãe para pegar mais dinheiro, eqto o homem consertava meu óculos. Voltei voando para pegá-lo e encher o v.e.m. Bem, o óculos, que era meu dengo e minha paixão, ficou medonho. Foi quando parei para notar que seja uma jóia de família, ou um óculos falsificado, ou nossa vida, sempre que tentamos consertar, quando este foi quebrado, nunca teremos um resultado igual ao original. Mesmo que semelhante, sempre haverá uma certa fissura, um certo remendo assustador. Tudo que foi quebrado em minha vida (meu colar, meus óculos, meus relacionamentos, minhas ideologias) nunca voltaram a ser o msm... voltarão? Dúvido. Talvez minha certeza também tenha sido quebrada.
Bem, de qualquer maneira, de lá fui para a minha chef, no château, apenas para saber que a vida dela se quebra cada vez mais, e eu já não sei aonde mais posso soldar, remendar ou costurar...
Saí mais cedo, pois hoje - além do meu aniversário daquilo que deu razão ao meu viver (meu namoro :P) de 11 meses - é aniversário do meu irmão. Fomos jantar em família no papa capim, uma graça. Gostei inclusive da iniciativa que tenho visto nos rest de PE (nele, no pin up...) de colocar a carne caprina e ovina em destaque em preparações especiais e indicadas, pois o NE produz quase a totalidade dessa carne, que é marginalizada ao extremo por pura ignorância, dado que é uma carne saborosa e saudável (a carne caprina chega a ter 1100% menos de gordura saturada que a suína!)....
Bem, quando cheguei em casa, para organizar minhas coisas para amanhã...senti meu coração quebrar: o colar que eu havia soldado estava quebrado novamente!
n sei oq aconteceu, acho que a solda não foi suficiente...apesar de ter trazido tanta alegria ao meu coração. Senti que minha alegria era exatamente aquele ínfimo remendo na jóia... algo tão sensível. Como pode a alegria do meu dia ter nascido e morrido juntamente com aquele pequeno pedaço de ferro derretido? Onde está a aquela dita alegria maior que o corpo que tanto se canta? Há alguém, no mundo de hoje, com uma alegria maior que um remendo num colar antigo?
Ponho minhas esperanças para que amanhã eu consiga remendá-lo novamente, e consiga alegrar e acalmar meu coração um pouco mais...como sempre. Tendemos a colocar as esperanças para o dia de amanhã, tentando reaver a nossa pequena felicidade.
Como somos sensíveis e desprotejidos.
Um dia na mochila pode quebrar-nos ao meio (novamente)....

terça-feira, 5 de maio de 2009

Assunto demais, tempo de menos.

Paradoxo do tempo by George Carlin

Nós bebemos demais, gastamos sem critérios. Dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e raramente estamos com Deus. Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente. Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos. Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar Um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio. Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores. Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso Preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas Realizamos menos. Aprendemos a nos apressar e não, a esperar...Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos cada vez menos. Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande, de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias. Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares Despedaçados. Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das Rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas 'mágicas'.Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa. Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te permite dividir essa ou simplesmente clicar 'delete'. Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão aqui para sempre. Lembre-se dar um abraço carinhoso em seus pais, num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer.Lembre-se de dizer 'eu te amo' à sua companheira(o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, se ame... se ame muito. Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro. Por isso, valorize sua família e as pessoas que estão ao seu lado, sempre!!!!!

domingo, 3 de maio de 2009

Confesso que acordei achando tudo diferente...

Bem, tenho que convir que a primeira postagem foi, de fato, um desabafo frenético. Foi muito mais um vômito do que um texto ordenado e claro.
Desculpe. Acho que às vezes precisamos externar tudo mesmo. Só que às vezes isso é tão difícil, não encontramos meios, razões ou receptores... E quando achamos, estrapolamos por vezes. Principalmente nesse mundo fictício, reino do individualismo, de não-lugares, de portas fechadas.
Portanto, tentarei expressar-me de forma menos passional, ou talvez nem tanto...talvez tão passional quanto for possível, mantendo o texto, no mínimo, compreensível.
Afinal, o objetivo desse blog é exatamente reavivar minha alma humana, dar lugar a poesia da vida e a vida da poesia. Esse espaço se fez necessário em minha vida, ao passo que via perder-se em mim aquilo que mais amo: escrever. Vi que tudo é uma questão de prática e que, no momento, eu apenas exercitava meu lado científico, químico...o lado que deixava calar a alma, o sensível não tinha mais espaço. Sentindo-me sufocar em meio a tanta saudade, a tanta solidão, a tanto desconforto, tinha que dar-me esse espaço.
Às vezes é importante dar lugar ao que sentimos. Por mais que seja loucura hoje em dia, devemos nos ouvir algumas vezes.

Bem, agora, por menos que eu queira, tenho que ir.. Dutty calls. =/

sábado, 2 de maio de 2009

E se a alma for pequena?

Até que ponto algo vale a pena? Até que ponto nossos sonhos são menos importantes que nossas finanças? Em que horizonte encontramos a verdade existente nesse mistério; o que é mais importante: amor ou dinheiro?
Amamos o dinheiro? Temos dinheiro quando amamos o que fazemos?
Quem poderá garantir? A socidade de hoje é simplesmente desigual demais para que possamos descansar, seguros que fazendo o que gostamos poderemos oferecer uma vida digna àqueles que amamos. A quem amar mais? Ao que espera em casa pela nossa provisão, ou a nós mesmos, fazendo aquilo que nosso coração acha valioso?
Até que ponto vale a pena aguentar pressões mil por um objetivo, mesmo que distante e impalpável?
Se é verdade que amor não enxe barriga, como amar o que a enxe?
Hoje me vejo cada dia mais presa numa cadeia infinda de mediocridade... não consigo achar a saída, e cada vez me vejo mais perdida nesse labirinto. Continuar, ou desistir? Todos os dias essa pergunta martiriza-me, mas quando terei a resposta? Às vezes acho que são apenas palavras jogadas ao vento, sem valor e sem resposta.
Arrependimento e medo são sentimentos-fantasmas que seguem essa pergunta, constituindo-se, assim, numa trilogia assustadora. Que diferença estarei eu fazendo na sociedade cursando gastronomia? Todavia, de que vale a pena tentar fazer diferente numa sociedade doentia e indiferente? Porque apenas jornalismo poderia oferecer-me isso? E ademais, porque querer tanto salvar uma sociedade, sabendo que, ao tentar faze-lo, perder-me-ei nela, deixando a desejar aos que ainda guardam por mim algum sentimento válido.
Eu desisti de jornalismo por um ideal, ou por medo? Eu desistiria de gastronomia por um ideal, ou por medo?
O que é mais importante para mim? Dar comida a minha (futura) família, com tranquilidade, ou realizar-me numa profissão dura e pouco reconhecida? Se eu mau conheço esse campo, porque essa obsessão com esta profissão?
Sobretudo, que tipo de sociedade doentia é essa? Porque eu tenho que me adequar à mediocridade dela, adaptando e castrando meus sonhos para que caibam no bolso da sociedade. Ah, Jesus, porque meu sonho não é rentável? Porque temos que moldar nossos sonhos ao que a sociedade oferece? Porque ela oferece tão pouco!?
Vejo meus sonhos escorrerem por entre meus dedos e eu, atonita, sem poder fazer nada. Continuo na inércia da vida, esperando que algo me acorde, ou me jogue ao chão - não que isso vá fazer alguma diferença. Onde está meu grito de alerta, meu grito de socorro? Porque devo, quando estou no ''berço da intelectualidade'' que DEVERIA ser a faculdade, calar-me para qualquer irregularidade, quase que numa ditadura... Oprime-nos uma força amorfa... como pode existir tanto temor? Medimos nossos passos calculando perseguições dignas do tempo medieval, calando nossos peitos, ignorando nossas lágrimas. Entramos no reino da falta de respeito, coadunamos com a castração de nossos próprios sonhos.
Ou apenas eu tenho sonhos? Será que apenas eu vejo isso?
As irregularidades, desrespeitos e o gritante descaso que me deparo todos os dias nessa instituição de ''ensino'' apenas reflete o descaso do governo de uma forma geral... como podemos viver alienadamente numa sociedade assim?
Quantas vezes mais minha esperança será posta a prova? Quantas vezes mais ouvirei meu coração quebrantar-se irreversivelmente? Mas o mundo não espera que eu o conserte...E eu sempre o conserto.
Vejo minha vontade de aprender, minha ânsia por conhecimento se desperdiçando com conhecimentos triviais, com tutores indiferentes, com colegas acomodados...
Vejo meu ser sensível metamorfoseando-se em pedra... a quanto tempo não me permito chorar em versos? A quanto tempo penso e esforço-me apenas para áreas exatas, a química e a biologia da gastronomia...esperando que, talvez, nessa área eu adquira algum conhecimento...já que minha esperança com o lado sociológico da gastronomia já se foi amordaçado e morto pela instituição que deveria fomenta-la. Não que eu não goste de biologia ou química, mas porque não existe ninguém que possa compartilhar comigo a visão da gastronomia como uma consequência cultural? Mas isso também não quer dizer que eu encontre milhares de pessoas com as quais eu possa manter uma conversa longa sobre as propriedades organolépticas, físico-química dos alimentos...porque também não econtro pessoas capacitadas. Algumas poucas que ainda me dão algum lampejo de alegria. E, outrossim, encontro-as pisoteadas e oprimidas pela mediocridade dos, ditos, profissionais da área na minha cidade. Há esperança para o Recife?
Então é isso, cozinhar meus sonhos.
Espero que sejam gostosos (para alguém).